A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) avalia a emissão de US$ 1 bilhão em debêntures no mercado internacional, com prazo de sete anos para resgate. O anúncio foi feito por meio de comunicado ao mercado na última sexta-feira (28). O que for angariado coma venda dos papéis será utilizado para quitar dívidas.
Conforme o documento, o Conselho de Administração da companhia já autorizou a emissão dos títulos. “A efetiva realização da emissão está sujeita, dentre outros fatores, às condições dos mercados de capitais nacional e internacional e à obtenção das aprovações competentes, e, se realizada, será conduzida em conformidade com a legislação e regulamentação aplicáveis”, diz o texto.
Em 2016, a concessionária registrou recuo de 86,4% no lucro líquido e de 52,4% na lajida (lucro antes dos juros, impostos, depreciações e amortizações). Um dos motivos foi a inserção de São Simão, a maior hidrelétrica da estatal, no sistema de cotas. Neste sistema, o governo paga um valor mais baixo do que o de costume à empresa por megawatt-hora (MWh) injetado no Sistema Interligado Nacional (SIN).
Além do resultado pífio, a dívida consolidada da Cemig em 2017 é alta, batendo a casa dos R$ 4,8 bilhões. Para o ano que vem, devem ser pagos mais R$ 3,88 bilhões. Até 2024, o débito total estimado é de R$ 13,1 bilhões.
O custo real também é elevado. De 2013 para 2016 os juros saltaram de 4,55% ao ano para 8,40% ao ano, acima da inflação, que fechou 2016 em 6,29%, segundo o IBGE. Vale ressaltar que 72% da dívida é atrelada ao CDI e 26% ao IPCA.
Para piorar o cenário, a alavancagem da companhia (que é a razão da dívida líquida pela lajida) chegou a 4,98 no final de 2016. Isso significa que o débito da empresa com o mercado é 4,98 vezes maior do que a capacidade de geração de caixa dela.