Foi inaugurado ontem o Solar dos Sertões, espaço ligado ao centro de agricultura alternativa. O Solar está localizado no conjunto urbanístico da Praça Doutor Chaves. O casarão, como é conhecido, já pertenceu a famílias tradicionais como os Prates e os Oliveira.
De acordo com direto do CAA, Braulino Caetano Santos, o espaço foi adquirido com a intenção de contribuir para o resgate cultural e para valorizar o patrimônio material e imaterial, abrigar uma arena artística, escritórios do CAA e da cooperativa Grande Sertão e dar visibilidade aos modos de vida sustentável das comunidades tradicionais do Norte de Minas - quilombolas, indígenas, vazanteiros, catingueiros, geraizeiros e campineiros. O processo de recuperação e restauração está em fase de desenvolvimento.
Braulino explica que o prédio vai abrigar o centro de documentação e história oral, biblioteca regional, auditório e o Empório Sertão. Este último trará toda a diversidade de produtos, fazeres e saberes dos povos e comunidades tradicionais norte-mineiros. Será um espaço permanente de exposição e comercialização de pratos típicos, artesanatos, lanches, suco de frutas nativas e de promoção de valores da gastronomia sertaneja, patrimônio cultural dos povos e comunidades da região. O valor da obra está estimado em R$ 200 mil.
A estratégia é estimular desenho de ação em rede - integração horizontal e vertical, articular mais de 20 empreendimentos comunitários localizados em 36 municípios e envolver aproximadamente 6.000 agricultores.
O CAA-NM aposta em novas maneiras de pensar o ser humano e tudo o que está ao seu redor e articula lutas e ações que fortaleçam as identidades agriculturais dos sertanejos. Cumpre ainda papel de centro de referência no uso do manejo da agrobiodiversidade.
Conforme o professor da Unimontes João Batista Costa, o centro vai propiciar a valorização da cultura da cidade e o conhecimento de outras identidades.
Outra novidade que se enquadra no Solar dos Sertões é a Cooperativa Grande Sertão. Ligada à atuação do CAA-NM, tem como meta buscar alternativas econômicas dentro dos princípios da sustentabilidade e tornar-se um instrumento de suporte legal para a comercialização da produção e, além disso, possibilitar o acesso aos mercados. A cooperativa visa ainda ampliar seu mix de produtos e qualificar os processos de controle de qualidade em toda a cadeia agroextrativista. A cooperativa encontra-se em andamento, nos processos de certificação orgânica e mercado justo.