Difícil foi achar alguém que falasse português. O primeiro dia de funcionamento do centro de imprensa criado no Mineirão para a Copa, o movimento na estrutura provisória foi bem tranquilo, a três dias do Mundial. A agitação ficou por conta da mistura de culturas e línguas.

Quase todos os continentes já estão representados no espaço com área semelhante à de um campo de futebol, com 700 lugares nas bancadas e 200 cadeiras na lanchonete. Na última segunda-feira (9), o sotaque mineiro era raro no local.

O inglês virou a língua oficial, mas também há no centro de imprensa voluntários que falam japonês e russo. Em sua terceira cobertura de Copa, o repórter Zhu Xiayou, da TV chinesa CCTV, estava impressionado com a estrutura. Ele só lamentou a demora para conhecer o interior do Mineirão. Na tarde da última segunda-feira (9), ele e o técnico Dou Xu gravaram uma matéria que seria exibida minutos depois na China.

Se do lado de dentro o jornalista não teve dificuldade para se comunicar, fora do estádio a situação foi diferente. “É difícil achar alguém que fale inglês. Chinês, então, nem pensar”, reclamou Zhu, que vai torcer para a Itália, onde morou.

O chileno Daniel Beovic, do site Redgol, de Santiago, não teve problema com o idioma e até visitou os cartões-postais de Belo Horizonte. “É minha primeira vez na cidade e estou adorando. Gostei da Pampulha. É como uma São Paulo menor, com menos trânsito e violência, quase perfeita”, disse.

Pela segunda vez no Brasil, o italiano Edmondo Pina, do Correo Dello Sport, demonstrou preocupação com as obras inacabadas. “Tenho visto muitos trabalhadores pelas ruas e até no estádio. Não sei como está dentro no campo e nas arquibancadas. Mas os brasileiros são como italianos. Deixam tudo para a última hora”, brincou.

Cada bancada tem lugares para até 20 jornalistas e uma televisão de alta definição, de 40 polegadas. No total, serão 34 monitores para a transmissão dos jogos fora do Mineirão.