Certificação de frutas para exportação: Prontos para enfrentar o mercado externo

Jornal O Norte
30/11/2007 às 15:59.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:24

Há alguns anos, a monocultura da banana imperava nas propriedades rurais da região. À medida que o fracasso nas vendas foi se tornando constante a necessidade de plantar outras culturas foi surgindo acompanhado de boas dicas oriundas das pesquisas agropecuárias. Hoje a região já exporta algumas frutas com expectativa de ampliar os mercados.



Valéria Esteves


Repórter


valeria@onorte.net

A certificação de frutas para exportação está em plena ascensão, em praticamente todos os territórios, onde a fruticultura se apresenta como uma das principais atividades rentáveis. Além de Minas Gerais o Estado do Rio Grande do Norte também está se aventurando a exportar frutas como a manga, melão, melancia, mamão, abacaxi e banana para os Estados Unidos. O Norte de Minas exporta para a Europa com intenção de conseguir certificação para exportar outras frutas, além da banana, limão e da manga originários do Projeto Jaíba do perímetro irrigado de Janaúba.

Os fruticultores de Petrolina,PE, também exportam manga e uva. A Epamig-empresa de pesquisa Agropecuária de Minas Gerais aposta que a fruticultura trará bons retornos para o Brasil, especialmente nesse tempo em que os países desenvolvidos estão a procura de frutas tropicais, assim como empresas como a Pepsi, Coca-Cola que têm adicionado o sabor tropical aos seus produtos. Só em 2008 é previsto que o Rio Grande do Norte certifique cerca de 140 mil toneladas de cargas de frutas tropicais.

Por ouro lado, segundo a Associação dos bananicultores do Norte de Minas espera-se que, especialmente a banana ganhe mais espaço no mercado europeu, assim como já acontece com o limão taithi. De dez em 10 dias sai um container do Projeto Jaíba carregado de limão rumo ao continente europeu. A expectativa é exportar cebola, manga entre outras frutas, num curto espaço de tempo.

A certificação fitossanitária é uma exigência dos países da CEE- comunidade Econômica Européia e o Mapa- ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e, é acreditado internacional para certificar essas cargas quanto à ausência de pragas. Esta operação vai mobilizar uma equipe de dez fiscais federais agropecuários, que atuarão em escala de pool.

Segundo a superintendência federal de agricultura do Rio Grande do Norte, também é feito o monitoramento em casa de embalagem (packing-house) nas culturas do melão e da manga quanto aos níveis de resíduos de agrotóxicos. Este procedimento é um dos requisitos internacionais para a entrada de produtos nos países membros da CEE, no mercado norte-americano e no Mercosul.

No Projeto Jaíba há uma central de seleção de alimentos, a CentralJai, responsável por escolher as melhores frutas a seguirem rumo à mesa do consumidor europeu.

A Epamig realiza pesquisas que visam encontrar soluções para afastar dos pomares a mosca-das-frutas. Ela, é por sinal a vilã dentro de um pomar em pleno desenvolvimento. No ano passado, a Emater trouxe para Montes Claros, técnicos nordestinos que ensinaram a controlar essa mosca a partir do suco da própria fruta. A técnica é muito usada em culturas baseadas no sistema de mandalas, onde o pomar fica em volta da mesma.

SETOR PROMISSOR

A fruticultura tem se apresentado ao longo dos anos, como um setor promissor para o desenvolvimento sustentável regional. Uma das produções que tem se firmado é a bananicultura, carro chefe da fruticultura irrigada no Norte de Minas Gerais.

Hoje, as praças compradoras da banana da região são: Rio de Janeiro, Distrito Federal, Belo Horizonte, e São Paulo; sendo que a caixa está cotada a R$ 9. Cerca de 80% do produto regional segue rumo a essas praças comercializadoras. A reclamação dos produtores é quanto ao alto custo de produção e as possíveis doenças que a bananeira pode atrair.

Conforme informações da Epamig-empresa de pesquisa agropecuária de Minas Gerais novas variedades de banana estão sendo pesquisadas e novas serão apresentadas nos próximos meses. Problemas como a sigatoka negra, mal do panamá, dentre outros, são constantes de pesquisa da Epamig e da Unimontes.

Além da Abanorte- associação dos Fruticultores do Norte de Minas, na região há outras associações espalhadas pelo interior de Minas Gerais querendo se firmar na produção de bananas. Um exemplo claro disso é a mobilização da Alfa- Frutas de Almenara, Vale do Jequitinhonha.

Vale lembrar que várias cooperativas e associações estão se estruturando para serem competitivas e encarar de frente as exigências de importação e exportação. Mesmo dentro do território nacional, ainda, é possível entrar e comercializar produtos como a banana, o limão, entre outras frutas, e manter-se fiel, ou pelo menos constante, em determinadas praças do Brasil.

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