(Homero Gotardello com intervenção de Josan Ferreira/Hoje em Dia)
O Chevrolet Spin vai aposentar, de uma só vez, a dupla da General Motors formada por Meriva e Zafira. O modelo, lançado no início de julho, foi desenvolvido sobre a mesma base do Cobalt e pode ser considerado uma espécie de versão monovolume dele. Seu maior atributo, a exemplo do sedã, é o espaço interno generoso, bem como um pacote de conteúdo que traz os itens mais pedidos pelo consumidor. Preços competitivos, que partem de R$ 44.600, são outra herança do primo, mas as perdas em relação a Zafira e Meriva são evidentes, provando que, mais uma vez, a GM contraria a teoria da Evolução por Seleção Natural, de Charles Darwin.
Em relação ao primeiro, o Spin perdeu o acabamento refinado, a opção de airbags laterais e o sistema Flex7, que “escondia” os assentos da terceira fileira de bancos sob o assoalho do porta-malas. Na versão LTZ 1.8 Econoflex, de sete lugares, o novo monovolume traz uma solução que lembra o arremedo que a Fiat fez para o Doblò. Já em relação ao Meriva, o Spin perde o estilo arrojado e o conjunto compacto.
A melhor notícia para quem gosta deste tipo de veículo é que o Spin é mais barato que o Zafira, em que pese o fato de a versão de despedida do Meriva, denominada Collection, custar R$ 42 mil. Isso não significa que a GM está lucrando menos com o lançamento, afinal ele é nitidamente mais pobre e revela economia em todos os seus detalhes.
Anda bem
De qualquer forma, o Spin anda bem, impulsionado pelo velho motor 1.8 litro da marca, que agora recebe a chancela Econoflex e fornece 108 cv. Na unidade avaliada, o trem de força era completado pela transmissão automática de seis velocidades, que permite trocas manuais por um botão na alavanca seletora – como no Captiva.
Uma boa notícia é que quem vai no banco traseiro tem mais espaço de sobra para pernas e cabeça, mas quem vai na frente, viaja meio solto, já que os bancos têm pouco apoio lateral.
Mais caro que a nova geração europeia do Meriva (a partir de o equivalente a R$ 49.090, no Velho Continente), o Spin parece feito sob medida para o consumidor brasileiro que exige pouco de um automóvel e, ainda por cima, paga caro por ele. Não merecemos nada melhor, mesmo...