O governo da China respondeu nesta sexta-feira (5) às acusações de que estava envolvido em um ataque de hackers contra computadores do governo dos Estados Unidos, dizendo que essas alegações não eram comprovadas e eram irresponsáveis. Além disso, afirmou desejar que os Estados Unidos confiaria mais em Pequim.
O governo do presidente Barack Obama tem pressionado cada vez mais a China sobre o tema dos ataques cibernéticos. Na quinta-feira, funcionários norte-americanos disseram que hackers na China são suspeitos de violar redes de computadores do escritório de pessoal do governo dos EUA e de roubar informações sobre milhões de funcionários federais. A senadora norte-americana Susan Collins disse que o ataque era sobre uma potência estrangeira buscando informações sobre funcionários dos EUA que têm autorização de segurança para acessar informações sensíveis.
O governo chinês geralmente não nega explicitamente acusações específicas de ataques de hackers, mas procura desqualificá-las como não comprovadas e irresponsáveis, enquanto invariavelmente nota que a própria China é alvo de ataques de hackers e pede mais cooperação internacional para combater esse problema.
Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Hong Lei, disse durante uma entrevista coletiva regular que Pequim espera que os EUA tivessem "menos suspeitas e parariam de fazer alegações não verificadas, mas mostrariam mais confiança e participariam mais na cooperação" nesses casos. "É irresponsável e não científico fazer alegações conjeturais, fraudulentas, sem profunda investigação", completou ele.
Analistas de segurança cibernética dizem que há evidências sugerindo que alguns ataques de fato se originam na China e são patrocinados por um governo, não fruto de ações independentes. Essas ações são realizadas por equipes altamente organizadas, que enfocam os mesmos tipos de alvos, às vezes durante anos, e tendem a trabalhar nos horários normais de expediente, e não nos fins de semana, argumentam esses especialistas. Fonte: Associated Press.