Chocolate amargo: comércio de BH já se prepara para a Páscoa, com tendência de ovos mais caros

Lucas Simões
07/03/2019 às 21:43.
Atualizado em 05/09/2021 às 16:52

(Lucas Prates)

Mal acabou o Carnaval, o comércio de Belo Horizonte já vislumbra lucros extras com outra data tradicional, a Páscoa. Com a expectativa de superar as vendas do ano passado, lojas e supermercados começaram a expor ovos e outras novidades para a data. Faltando 45 dias para a Páscoa, comemorada em 21 de abril neste ano, a estratégia dos comerciantes é literalmente desovar os estoques e reinventar os tradicionais ovos.

Embora ainda não haja pesquisas sobre a variação de preços de chocolates em geral para a Páscoa, o Hoje em Dia constatou um aumento em alguns dos ovos mais comprados no ano passado. Entre os campeões de vendas, o Diamante Negro de 300 g, que tinha preço médio de R$ 30,99, neste ano é encontrado por até R$ 54,90. Já o Sonho de Valsa de 270 g saltou de R$ 30,70 para R$ 35,90. Para efeitos de comparação, o valor de aproximadamente 300 g de chocolate equivale a um quilo de filé mignon, que tem média de preço de R$ 37, 87 na capital mineira, mas pode ser encontrado por até R$ 54,90, segundo o site Mercado Mineiro.

Em Belo Horizonte, alguns supermercados, como o Verdemar, e lojas como a Drogaria Araújo, apresentam vastas exposições de ovos de Páscoa. O proprietário da rede de farmácias, Modesto Araújo Neto, estima uma alta de 5% nas vendas neste ano. Há uma semana, todas as cerca de 200 lojas da capital começaram a se preparar para as promoções.

“Temos consciência de que o preço tem que ser o mais baixo possível, então vamos abusar das promoções. A ideia é queimar estoque mesmo, por isso adiantamos”, diz Modesto.

Apesar do início precoce das vendas na Páscoa, o coordenador do site Mercado Mineiro, Feliciano Abreu, adverte ao consumidor para esperar as promoções. “Normalmente, os ovos abaixam de preço na semana da Páscoa. E como o ovo vem em decadência em relação a outros produtos, muito pelas promoções que a indústria patrocina para vender mais, é prudente esperar para comprar”, diz Feliciano.

Nas lojas Lalka, uma das mais tradicionais de doces e chocolates da capital, a aposta é justamente em reinventar o tradicional ovo de Páscoa. O sócio-proprietário Roberto Marques Grochowski explica que, neste ano, pela primeira vez, a loja vai oferecer um serviço personalizado. “A gente percebeu que o ovo de Páscoa vem sendo substituído há alguns anos por outras novidades. Agora, vamos oferecer um serviço personalizado de um ovo de colher, no qual o cliente monta seu recheio e escolhe suas preferências”, diz.

Algumas das principais empresas de chocolate estimam altas nesta Páscoa. A Cacau Show espera um aumento de 16% nas vendas, enquanto o Grupo CRM, dono das marcas Kopenhagen e Chocolates Brasil Cacau, estima alta de 10%.

 Com agenda cheia, fotógrafa de ensaios infantis também aproveita a data para lucrar

Para além das infinitas variações de chocolates oferecidas pela indústria e por lojas e confeiteiros, outro nicho de mercado tem feito bastante sucesso nesta Páscoa. As fotos personalizadas para crianças geraram um boom em datas comemorativas, em especial durante o período em que o famoso coelho branco começa a dar o ar da graça nas propagandas publicitárias.

A fotógrafa Lau de Castro, especializada em ensaios, montou um pacote especial para esta Páscoa. Antes mesmo do fim do Carnaval, na última terça-feira, ela tinha uma lista de pedidos de famílias para fotografar os filhos.

A expectativa da fotógrafa é aumentar em 40% a produção em relação à Páscoa do ano passado. “Muitas mães me procuraram com ansiedade, querendo reservar logo. Ofereço esse tipo de miniensaio justamente para quem não pode arcar com um ensaio completo. E, na Páscoa, acho que, pelo apelo do coelhinho, as famílias procuram mais”, diz.

Com um cenário fixo, montado em um estúdio no centro da capital, Lau de Castro oferece 15 fotos por R$ 280. O ensaio dura, em média, meia hora. “É mais confortável para a criança porque é menos cansativo do que um ensaio completo que dura duas horas. E as famílias também têm a chance de ter um registro bacana por um preço mais acessível. São 15 fotos, mas normalmente faço mais do que o dobro disso e as famílias podem comprar avulsas também, se quiserem. É bem flexível para cada cliente”, diz.

Apesar da movimentação de empregos durante a Páscoa, a previsão da Associação Brasileira das Indústrias de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab) é de que haja redução na abertura de vagas temporárias neste ano. A expectativa é que sejam gerados 18 mil vagas em todo o país, 22% a menos do que os 23 mil empregos criados no ano passado. O número é ainda menor do que as 25 mil vagas abertas em 2017.

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