(AFP)
A coalização liderada pela Arábia Saudita atribuiu a "informações erradas" o ataque aéreo contra um funeral na capital do Iêmen, Sanaa, na semana passada, que deixou pelo menos 140 mortos e outros 600 feridos. Segundo a equipe de análise de incidentes da coalização, conhecida pela sigla Jiat, uma pessoa ligada à chefia de gabinete do Iêmen havia passado a informação de que o local onde ocorria o funeral estava lotado de líderes dos rebeldes houthis. A coalizão vem combatendo os houthis desde março de 2015, quando interveio na guerra civil do Iêmen em apoio ao governo reconhecido internacionalmente.
A fonte, não identificada, insistia que o local era um "alvo militar legítimo", diz o comunicado da Jiat, acrescentando que o Centro de Operações Aéreas no Iêmen enviou uma missão de apoio aéreo para atacar o local sem aprovação do comando da coalizão. A equipe de investigação pediu que os procedimentos para ataques sejam revisados imediatamente e recomendou o pagamento de indenização para as famílias das vítimas.
"A Jiat descobriu que, por causa da não observância de procedimentos para ataques e da divulgação de informações incorretas, uma aeronave da coalizão atacou equivocadamente o local, o que resultou em mortes de civis", diz o comunicado.
Esta é a primeira vez que a coalizão admite envolvimento no ataque. O governo do presidente Abed Rabbo Mansour Hadi ainda não se pronunciou sobre o incidente. O chefe de gabinete do Iêmen é o major-general Mohammed Ali al-Maqdishi, um aliado próximo do general do exército Ali Mohsen al-Ahmar, atual vice-presidente. Al-Ahmar também é aliado da Irmandade Muçulmana do Iêmen, cujos seguidores estão combatendo os houthis ao lado das tropas do governo. Fonte: Associated Press.
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