Com Aécio Neves, mais de 35 mil pessoas clamam por impeachment de Dilma

Ezequiel Fagundes
Publicado em 13/03/2016 às 20:33.Atualizado em 16/11/2021 às 01:47.

Na maior manifestação pró-impeachment, pelo menos 35 mil manifestantes protestaram nas praças da Liberdade, na Zona Sul, e Estação, na região central de BH. A estimativa é da Polícia Militar. A manifestação foi a favor da retirada do poder da presidente Dilma Rousseff (PT) e do vice Michel Temer (PMDB-SP), da prisão do ex-presidente Lula e do enaltecimento da Polícia Federal e do juiz Sérgio Moro, responsável pela operação “Lava Jato”.
O receio do próprio governo e de especialistas não se confirmou e o protesto ocorreu de forma pacífica e tranquila. Em março do ano passado, 25 mil pessoas participaram do ato em Belo Horizonte.
Pela segunda vez, o presidente nacional do PSDB, o senador Aécio Neves, participou do protesto na capital do segundo maior colégio eleitoral do país.
Em rápida e tumultuada entrevista, Aécio defendeu qualquer saída jurídica para a retirada da presidente Dilma do Palácio do Planalto.
O tucano apontou três caminhos: pelo impeachment, cassação da chapa pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ou por meio da renúncia da presidente.
“Uma dessas três saídas permitirá ao Brasil voltar a sonhar com um futuro melhor. O melhor caminho é o TSE porque permitiria um governo legitimado pelo voto para implementar uma agenda de reformas estruturais no país, mas hoje qualquer saída dentro da Constituição é melhor que estender esse calvário do povo brasileiro mais alguns anos”, afirmou.
Com uma bandeira do ex-presidente Lula vestido de presidiário, o administrador de empresas Wander Caldeira disse que a presidente e o vice devem ser cassados pelo TSE.
Para Caldeira, existem fortes evidências de que a campanha deles foi abastecida com dinheiro desviado da Petrobras. “Houve doação ilegal, segundo delatores, e isso justifica a perda do mandato. Politicamente ela já está arrasada”, argumentou.
Já a advogada Sandra Torres cobrou a saída de Dilma, Temer e do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Ela compara o atual momento com a crise política na época do ex-presidente Fernando Collor. “Por muito menos, o Collor caiu. E ele também foi legitimamente eleito como gosta de dizer a presidente”, disse.
Para o cientista político e professor da UFMG Deivson Lopes, o público recorde desde as manifestações de março de 2015 evidencia a fragilidade de Dilma no poder. “Foi mais uma semana muito ruim para ela. E conforme aumenta a pressão, as chances de a presidente se manter no cargo até 2018 só vão diminuindo”, avaliou.
(Colaborou Janaína Oliveira)

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