(Norb Brand/Divulgação)
Ainda que o ritmo de mudança pudesse ser outro, o slow fashion vem ganhando cada vez mais adeptos preocupados com a obsolescência agendada dos produtos de moda e, claro, com as questões ambientais. O termo, cunhado pela inglesa Kate Fletcher há 10 anos, comunga das características que prega o movimento slow food, neste caso, da alimentação realizada com lucidez e qualidade.
A temática, que abrange o consumo consciente, menos impactos sociais e produção industrial sustentável, será trazida em diversas discussões propostas, na próxima semana, no Museu da Moda de Belo Horizonte (Mumo), durante a Slow Week, projeto de sucesso que chega à terceira edição.
“Incentivar a cadeia produtiva correta da moda, buscar a conscientização do que é desperdiçado, da quantidade de resíduos gerada e fazer o reúso ser entendido de forma positiva são alguns dos objetivos dessa semana”, destaca a gestora do Mumo, Marta Guerra. A Slow Week começa na terça-feira e vai até domingo, 2 de setembro. Ricardo Laf/Divulgação
A exposição “Gari Fashion – Coleção Pecados Intrínsecos” estará aberta até 2 de setembro
Para o curador do evento e organizador do Movimento Moda Contemporânea Mineira (MCM), Aldo Clécius, o slow fashion está no pensar a sustentabilidade de forma ampla. Flávio Tavares
Marta Guerra, gestora do Museu da Moda
“Hoje, acumulamos muitas coisas e fazemos delas descartáveis porque compramos em uma velocidade muito alta. Precisamos tentar usar peças que tenham menos deslocamento, sejam produzidas localmente, em menor escala”, explica.
Escolha que fez o jovem estilista Norberto Resende, da Norb Brand, que irá desfilar sua coleção durante a Slow Week e participar de roda de conversa sobre os desafios compreendidos nessa variável do segmento de moda.
“Quando crio os produtos, tenho o pensamento nas ocasiões de uso e em uma peça que dure por longo tempo. Algo que seja atemporal e, principalmente, sem gênero e que atenda a diferentes corpos”, descreve.
Direito
Inserido nos painéis que discutirão o consumo sustentável de itens do vestuário, o Direito da Moda estará representado no Mumo pela Comissão do Direto do Audiovisual, da Moda e da Arte da Ordem dos Advogados de Minas Gerais (OAB-MG).
Da interferência jurídica nas propagandas em revistas e nos editoriais aos direitos humanos e trabalho escravo nessa indústria, a intenção é cooperar para o esclarecimento de itens muitas vezes deixados de lado por quem está no dia a dia das profissões ligadas à moda.Gil Braga/Divulgação
Bárbara Vanoni em editorial de moda para seu blog, o Além da Imagem, com peças da marca de slow fashion Fem-Man
“Os consumidores estão cada vez mais preocupados com os processos de produção daquilo que compram. O nosso objetivo é evitar problemas para as empresas, para quem trabalha, não no sentido de restringir, mas de orientar e trazer informação relevante para prevenir. Isso deixa o setor mais justo e coopera para o processo criativo, reduzindo as cópias e ajudando o segmento a ser mais transparente”, esclarece a advogada Bárbara Vanoni, coordenadora de Direito da Moda da Comissão da OAB-MG.Editoria de Arte
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