Com empate, Brasil tem escrita quebrada pelos mexicanos

Felipe Torres - Enviado Especial
Publicado em 21/06/2014 às 09:19.Atualizado em 18/11/2021 às 03:05.

TERESÓPOLIS – O gosto amargo persiste. Não estava previsto no “script” do hexa o empate sem gols com os mexicanos, terça-feira passada (17), em Fortaleza, pela segunda rodada do Grupo A da Copa. O acidente de percurso ainda teve um caráter histórico. Foi a primeira vez que a Seleção perdeu pontos para um adversário não europeu ou sul-americano em todas as edições do Mundial.
 
Antes do duelo no Castelão, pegar um rival de fora do “eixo” Europa-América do Sul significava vitória. Dezessete delas aconteceram desde 1950, com 50 gols marcados e somente cinco sofridos.
 
Veio o México e quebrou a escrita. E, por pouco, os norte-americanos não conseguiram derrotar os anfitriões, o que renderia mais pressão aos comandados do técnico Luiz Felipe Scolari.
 
Um novo deslize, desta vez para Camarões, segunda-feira (23), às 17 horas, em Brasília, seria desastroso. Poderia custar o primeiro lugar da chave e até a classificação às oitavas de final do torneio. Ninguém cogita isso. Os africanos, depois de duas derrotas, estão eliminados da Copa e não andam rendendo nada nos gramados daqui.
 
Mas fica o aviso do zagueiro David Luiz. O atleta do Paris Saint-Germain (França) prega respeito. “Camarões vai nos enfrentar sem responsabilidade. Isso faz a diferença. Querem voltar à casa e falar: ‘nós não avançamos, mas ganhamos do Brasil no território deles. Mostramos reação’. Além do mais, a derrota diante da Croácia (4 a 0) não mostrou o que foi a partida. Eles jogaram com um a menos e tomaram gols porque se lançaram atrás do empate”, analisa.
 
Fregueses

Não há como negar a condição de fregueses dos africanos, que seguem o drama de formar equipes inconsistentes em Copas.
 
Contra a Costa do Marfim (3 a 1, 2010), Gana (3 a 0, 2006), Marrocos (3 a 0, 1998), Camarões (3 a 0, 1994), Argélia (1 a 0, 1986) e Zaire (3 a 0, 1974) a Seleção Brasileira passeou. Os torcedores canarinhos esperam que a turma de Neymar continue com a tradição no Mané Garrincha.
 
“Não tem adversário fácil. Várias seleções estudaram a gente. Fica um pouco mais difícil. Sabemos o que temos de fazer. Mas Copa do Mundo é assim, um jogo mais difícil do que o outro”, acredita o lateral Marcelo, que demonstrou certa irritação com as críticas durante a coletiva de ontem, na Granja Comary, em Teresópolis.
 
Para completar, David Luiz encontra um ponto positivo nos sustos sofridos pela Seleção. Os duelos complicados, de acordo com o defensor, amadureceram o elenco brasileiro. “Eu queria espetáculos, duas grandes vitórias, o Brasil voando. Mas não teríamos a oportunidade de enxergar o valor real de uma Copa, nem o que vamos enfrentar mais pra frente. Às vezes, você ganha só de 3 a 0 na primeira fase, perde de 1 a 0 nas oitavas e vai embora”, acredita.

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