Começa a notificação no Cadastro Positivo; novo sistema deve facilitar obtenção de crédito

Bernardo Almeida
bpereira@hojeemdia.com.br
Publicado em 25/12/2019 às 19:46.Atualizado em 27/10/2021 às 02:05.

Os brasileiros já começam a receber as primeiras notificações de estarem inseridos no banco de dados do Cadastro Positivo, que reúne o histórico de pagamento dos consumidores. Ao invés de identificar inadimplência, as pessoas recebem uma nota que as qualificam como propensas a receber créditos. A “ficha” só poderá ser consultada pela empresa onde for solicitado algum serviço de crédito. Quanto mais a alta a nota, melhores as condições de obtenção do crédito. 

O aviso de inclusão no Cadastro Positivo está sendo enviado por e-mail, correspondência física ou mensagem de texto pelo celular (SMS). E foi justamente por SMS que o professor Daniel Souza, de 36 anos, recebeu a notificação, algo inesperado. “Minha reação foi de extrema surpresa e até mesmo de preocupação. Achei invasivo também porque foi por um meio não muito formal de avisar ou de se comunicar. Confesso que tive de correr para as redes sociais para observar se não tinha sido o único”, conta o professor, que partiu daí para se informar sobre o serviço, no qual ainda não sabe se vai permanecer. 

“Li que tenho vantagens como juros mais baixos e tal, mas não sei se vale a pena por ter meus dados disponíveis em uma era de

hackeamento de sistemas e senhas. Confesso que estou pensando seriamente ainda em que atitude tomar”.

Para o presidente do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), Roque Pellizzaro Junior, a nova forma de avaliação de crédito permitirá uma análise mais justa diante dos pedidos.

“No modelo anterior, uma conta esquecida poderia ser suficiente para que um bom pagador tivesse o crédito negado. Com o Cadastro Positivo, esse consumidor tem a oportunidade de não ser penalizado. Acreditamos que mais pessoas terão acesso ao crédito, assim como aconteceu em países desenvolvidos que utilizam esse modelo”.

A medida é criticada pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). Segundo o órgão, “a falta de transparência é o principal problema do Cadastro: não se sabe ao certo como esses dados são utilizados na composição da pontuação dos consumidores nem os critérios da avaliação”.

A pessoa que não quiser ter o nome incluído também pode solicitar a exclusão a um dos quatro birôs de crédito instalados no país.
 

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