Começa nesta quarta processo de beatificação de dom Luciano

Agência Estado
Publicado em 26/08/2014 às 18:27.Atualizado em 18/11/2021 às 03:57.

A Arquidiocese de Mariana, na região central de Minas Gerais, dará início nesta quarta-feira (27), ao processo de beatificação e canonização de d. Luciano Mendes de Almeida, cuja trajetória foi marcada pela defesa dos direitos humanos e das camadas mais pobres da sociedade. O processo de beatificação do religioso, cuja abertura foi autorizada pela Congregação Para Causa dos Santos, em maio passado, não tem prazo para ser concluído.

O procedimento será iniciado com uma missa solene que será presidida pelo atual arcebispo de Mariana, d. Geraldo Lyrio Rocha. O cargo foi exercido por d. Luciano de 1988 até 2006, quando ele morreu vítima de falência múltipla de órgãos. O pedido de abertura do processo foi feito em edital do próprio d. Geraldo diante dos "sinais de crescente fama de santidade de d. Luciano Pedro Mendes de Almeida".

Segundo a arquidiocese, para que o religioso seja beatificado, será necessário comprovar, por meio de documentos e depoimentos, que durante sua vida ele defendeu e praticou virtudes cristãs como a fé e o amor a Deus. Após a primeira fase do processo, que será realizada toda em Mariana, o caso será enviado para o Vaticano. Caso a documentação seja aprovada, ele será decretado venerável pelo Papa Francisco e, após isso, pode ser beatificado com a comprovação de um milagre, ou santo, com a confirmação de um segundo milagre.

Ligado à Companhia de Jesus e doutor em Filosofia, d. Luciano foi bispo auxiliar de São Paulo em meados da década de 1970 e foi nomeado arcebispo de Mariana pelo Papa João Paulo II, morto em 2005. Entre outros postos, o religioso, nascido em 1930 no Rio de Janeiro, atuou, entre 1979 e 1986, como secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), entidade que presidiu de 1987 a 1994.

Durante a ditadura militar que vigorou no Brasil entre 1964 e 1985, d. Luciano foi uma das principais vozes pode reformas sociais e em defesa dos direitos humanos dos perseguidos pelo regime, principalmente de padres e outros religiosos presos e torturados por agentes do governo. Ele morreu em 27 de agosto de 2006, no Hospital das Clínicas de São Paulo, onde ficou internado mais de um mês lutando contra um câncer no fígado.


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