Começam audiências sobre Benghazi com a presença de Petraeus

Michael Mathes - AFP
15/11/2012 às 17:41.
Atualizado em 21/11/2021 às 18:19
 (Alex Wong/Getty Images/AFP)

(Alex Wong/Getty Images/AFP)

Os legisladores norte-americanos se preparavam, nesta quinta-feira (15), para começar as audiências sobre o ataque ao consulado de Benghazi no dia 11 de setembro, em que o ex-chefe da CIA David Petraeus deve comparecer para testemunhar. A Casa Branca foi muito questionada sobre o ataque da missão diplomática nessa cidade do leste da Líbia em que morreram quatro norte-americanos, incluindo o embaixador Chris Stevens e dois ex-membros do grupo de elite da Marinha, SEAL.   Os legisladores republicanos acusaram o governo de não dar explicações suficientes sobre por que a segurança no complexo consular falhou e por que demoraram vários dias para dar uma versão coerente do ataque, atribuído a militantes islamitas.   A presença de Petraeus estava prevista antes das revelações sobre sua relação extraconjugal com sua biógrafa Paula Broadwell, que o levou a pedir demissão do maior posto de comando da CIA na sexta-feira, apenas três dias após a reeleição de Barack Obama.   O Comitê Permanente de Inteligência da Câmara de Representantes informou na quarta-feira que Petraeus testemunhará a portas fechadas na sexta-feira às 07h30 locais (10h30 de Brasília).   O senador John McCain afirmou que o general aposentado estava convocado a testemunhar diante do comitê equivalente do Senado nesta quinta-feira.   Legisladores de ambos os partidos exigiram que Petraeus e outros funcionários comparecessem a várias audiências privadas para saber mais sobre as circunstâncias do ataque.   Obama disse que assume plenamente a responsabilidade por qualquer decisão relacionada a Benghazi e na quarta-feira atacou os legisladores republicanos por terem criticado a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Susan Rice, em relação as suas declarações sobre o ataque.   Os republicanos se concentraram na narrativa de como ocorreu o ataque, que o governo disse em um primeiro momento tinha se originado em um protesto espontâneo contra um vídeo ofensivo ao Islã divulgado na internet.   Rice deu uma versão do assunto durante um programa de televisão na manhã seguinte ao ataque, segundo a qual não tinha se tratado de um protesto, mas sim de um ataque premeditado de extremistas muçulmanos.   Isso levou McCain e seu colega republicano no Senado Lindsey Graham a solicitar audiências no "estilo Watergate" sobre o ataque em Benghazi e a tentar evitar a promoção de Rice como secretária de Estado durante o segundo mandato de Obama.   Obama contra-atacou na quarta-feira dizendo que "afetar sua reputação é revoltante" e que a escolheria para substituir Hillary Clinton no próximo ano se considerar que Rice é a melhor candidata.   Os legisladores questionam também porque nem eles nem a Casa Branca foram informados antes da eleição presidencial em relação à investigação que o FBI realizava sobre o romance oculto de Petraeus.   O escândalo sacudiu Washington no momento em que o governo se esforça para preencher os cargos mais altos para o segundo mandato de Obama e o Exército, enquanto a instituição prepara a retirada das últimas tropas do Afeganistão em 2014.   Obama disse na quarta-feira que o escândalo não ameaçou a segurança nacional e funcionários sustentaram que não existem provas de que informações secretas foram vazadas por nenhum dos envolvidos no caso.

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