Como virar esse jogo? Oponentes tentam impedir vitória precoce de Kalil; especialistas acham difícil

André Santos
andre.vieira@hojeemdia.com.br
04/11/2020 às 00:15.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:57

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A menos de dez dias do fim da campanha, o panorama em Belo Horizonte aponta para a reeleição do atual prefeito Alexandre Kalil (PSD) em 1º turno. É o que mostram três das últimas pesquisas divulgadas – Ibope, Realtime Big Data e Paraná. Em um cenário desfavorável, os demais candidatos afinam o discurso de descrédito nesses levantamentos e reclamam da falta de debates na TV para convencer os eleitores. Especialistas acreditam, contudo, que nem uma “bomba” poderia tirar a vitória do atual chefe do Executivo.

Conforme as mais recentes enquetes, Kalil venceria com facilidade se o pleito fosse agora. Pelo Instituto Paraná, o prefeito tem 59,5%, contra 8% de João Vitor Xavier (Cidadania) e 4,6% de Áurea Carolina (PSOL). No Ibope, Kalil tem 63% das intenções de voto, Xavier tem 8% e Áurea soma 5%. No Realtime Big Data, Kalil (PSD) também seria reeleito com 61,4%. João Vitor soma com 7,7%, seguido de Áurea Carolina com 6,2%. 

Vendo o tempo se esgotar, os principais adversários alimentam desconfiança das pesquisas e apostam na indecisão dos eleitores – embora, nos três levantamentos, o número deles não passe de 7%, insuficiente para mudar o jogo. 

Para João Vitor Xavier, por exemplo, as enquetes não conseguem antecipar o resultado das urnas. “Os grandes institutos perderam a condição de refletir o real sentimento do eleitorado”, destaca o candidato, que lamenta a não realização dos debates nas emissoras de televisão. “Escolher não fazer os debates é o mesmo que colocar a eleição em uma gaveta e não dar a oportunidade de o eleitor fazer a escolha”, alfineta.

Já para Áurea Carolina, muitos eleitores estão prestando atenção nas eleições justamente nesta reta final. Ela acredita que a receita para ganhar votos é focar nas comunidades mais pobres. “Agora é o momento em que as pessoas, principalmente as mais simples, escolhem os candidatos. Precisamos estar mais perto delas”, defende.

Probabilidade
Enquanto oponentes de Kalil apostam em virada, especialistas dizem ser pouco provável um 2º turno. Para o cientista político Felipe Nunes, da UFMG, a alta aprovação de Kalil cria um cenário difícil de ser revertido. “O prefeito está bem avaliado entre os eleitores de direita, de centro e de esquerda. Isso, associado a uma eleição disputada em meio a uma pandemia, na qual o principal problema a ser enfrentado é sair dela, mudar o panorama é muito difícil”, destaca Nunes.

A repetição do fenômeno eleitoral de 2018, quando o então candidato a governador Romeu Zema (Novo) cresceu nos últimos dias de campanha, é pouco provável, segundo o também cientista político Carlos Ranulfo. Para ele, nem mesmo um apoio mais explícito do presidente Bolsonaro provocaria 2º turno. “Onde ele fez isso, como no Rio e em São Paulo, os candidatos não estão bem”, destaca Ranulfo. 

Para ambos, nem denúncias fortes contra Kalil, nos próximos dias, teriam impacto na reta final, ”Não surtiriam efeito suficiente para mudar o quadro”, diz Ranulfo.


 

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