Quem deixou as compras de Natal para a última hora deve encontrar muito trânsito e movimento nas lojas e shoppings de Belo Horizonte. Um levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) calcula que cerca de 13 milhões de pessoas sairão à busca de presentes nesta véspera de Natal, o equivalente a 10% de quem planeja comprar presentes para a data. Em 2018, esse número era de 9 milhões.
A Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) espera um aumento de 3,6% nas compras de Natal na capital mineira em relação ao ano passado, de acordo com Ana Paula Bastos, economista da CDL/BH. “É um dado positivo porque em 2018 já houve um aumento no setor frente a 2017, então é aumento em cima de aumento”, observa Ana Paula Bastos. “Estamos esperando o melhor Natal para o comércio desde 2014”.
Um dos mais tradicionais redutos comerciais de Belo Horizonte, o BH Shopping já tem notado essa melhora em vendas, traduzida inclusive nas trocas por cupons, que aumentaram em 50% na comparação com o ano passado. A cada R$ 500 em compras, o cliente ganha um panetone e concorre a dois carros em sorteio. “Estamos muito felizes com os resultados até agora. Acreditamos que o balanço ao final será ótimo, pelo movimento que vemos nos corredores e o número de sacolas com os consumidores”, diz Renato Tavares, gerente de Marketing do BH Shopping, que completou 40 anos em 2019.
É bom ficar atento para o horário, reduzido hoje, quando a maioria dos estabelecimentos deve fechar as portas às 18h.
“Geralmente o horário mais cheio é próximo da hora do almoço, das 12h às 14h. Fica mais tranquilo na parte da manhã”, ressalta Renato Tavares, que acrescenta que diante do aumento já esperado para o período haverá reforço no quadro de funcionários tanto nos estacionamentos quanto nos corredores.
“O shopping sempre se prepara, porque tradicionalmente o brasileiro deixa para a última hora”, conclui o gerente de marketing do BH Shopping.
“O brasileiro ainda não se planeja para as compras, às vezes fica no aguardo do 13º salário, que muita gente só recebeu na última semana”, aponta a economista Ana Paula Bastos. Entre os fatores que levam os consumidores a deixar as compras para o último momento, de acordo com a pesquisa da CNDL e do SPC, destaca-se também a busca por promoções. Mas a tentativa de gastar menos pode acabar saindo pela culatra, alerta.
“É importante ficar atento às condições de pagamento e não se deixar comprar por impulso. Não falo isso para desestimular as compras, mas janeiro é um mês complicado, com pagamento de impostos e material escolar”, lembra Ana Paula, que salienta a importância de pesquisar os preços para fazer bons negócios.
A pesquisa da CNDL e do SPC ouviu ainda de 3% dos quase 700 entrevistados que eles irão adiar as compras natalinas para janeiro, a fim de aproveitar as tradicionais liquidações de início de ano.
A maior parte dos consumidores disse ter garantido os presentes ao longo de novembro (30%) ou na primeira quinzena de dezembro (41%).