Conab registra alta na sagra 2006/07

Jornal O Norte
14/05/2007 às 12:24.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:04

Valéria Esteves


Repórter


valeria@onorte.net

A produção brasileira na safra 2006/07 será de 130,72 milhões de toneladas, segundo estimativas divulgadas nessa quinta-feira pela Conab - Companhia Nacional de Abastecimento.

É uma retração de 0,3% em relação ao relatório divulgado no mês passado, que previa a produção de 131,10 milhões de toneladas. Apesar do ajuste, o novo número representa um aumento de 8,2% ante a safra 2005/06.

No Norte de Minas a queda na safra será impactante para o bolso do produtor que investiu na produção. Com o dólar ditando os valores cobrados nos insumos agrícolas, o produtor reclama que comprou alguns produtos muito caros e pelo visto não conseguirá repor com o lucro da colheita. Na verdade, eles dizem que plantaram uma safra com o dólar a R$ 2,30 e estão colhendo com a cotação na casa de R$ 2,00.

O que significa uma depreciação de mais de 10% na renda do produtor, apenas na questão cambial, sem contar o aumento do custo de insumos, da mão-de-obra e da energia elétrica.

Conforme informou a Emater, a colheita ainda segue até o final de maio para algumas culturas. Mas a previsão é que haja perdas de até 40% a variar de cultura a cultura.

Na região a área plantada de milho foi a maior perfazendo a casa de 99 mil hectares. Tanto para os agricultores como para a Emater o milho é fundamental na agricultura familiar

principalmente por fazer com que se obtenha leite, carne, energia e ovos.

Para Arcanjo Marques, técnico em agropecuária da Emater as chuvas que vierem ainda nesse mês, como a que veio inesperadamente nessa quinta-feira não vão influenciar a agricultura irrigada, típica do período de seca no Norte de Minas.

Por enquanto, diz, muitos produtores colhem suas lavouras. Seja de cana de açúcar para feitura de rapadura, água ardente, da mandioca para obter a farinha, do milho e do sorgo para fazerem ração ou alimentar as aves, entre outros.

No campo algumas pessoas já preparam a terra para plantar culturas como o feijão que de agora em diante tem que ser irrigado.

A expectativa inicial da Emater era que fossem produzidas cerca de 350 mil toneladas de grãos só no Norte de Minas nessa safra. O que equivale a 60% a mais da quantidade obtida no último ano, quando a lavoura foi prejudicada pelo veranico. Arcanjo diz que com as mudanças no clima, devido ao efeito estufa não é possível dizer ao certo se a região terá um veranico semelhante ao do último ano, mas é possível que seja.

Esse ano as chuvas foram generosas. O Norte de Minas ultrapassou a marca histórica que era de 900 milímetros. Choveu aproximadamente 1.200 milímetros e por isso a Emater e os produtores esperam que seja um ano melhor no campo.

Mas as chuvas trouxeram consigo a degradação de algumas áreas, portanto, é preciso que os produtores prestem atenção nas pastagens. E mais ainda: na alimentação do gado que perde muito peso na seca. O tempo, conta o técnico, é de armazenar alimento para os animais. Preparar o feno, o silo e já pensar na suplementação alimentar.

ANTES DO TEMPO

Como as chuvas vieram antes do tempo nesse ano, algumas terras ainda não estavam preparadas, mas isso parece não ter sido problema, segundo o agrônomo Marcos Eugênio Sampaio, que explicou que o milho, arroz, feijão, soja e capim foram plantados sem problemas.

- Se acontecer tudo normal, não enfrentarmos veranico como no último ano ou outras adversidades, a região deve consumir tudo o que produzir na safra 2006/07, sem a necessidade de importar os alimentos de outros lugares e, assim, descapitalizar o Norte de Minas - diz Reinaldo.

Para o agrônomo, só em Montes Claros o milho teve uma área plantada de três mil hectares.

NOVA PERSPECTIVA

A Conab informou também que a produção nacional de grãos para a safra 2006/07 é de 130,7 milhões de toneladas. O resultado faz parte do oitavo levantamento da estatal e aponta um novo recorde histórico. Na avaliação o resultado positivo do período se deve ao aumento da produtividade em razão das boas condições climáticas durante todo o ciclo das culturas e pelo elevado nível tecnológico.

Apesar da manutenção da alta, a pesquisa mostra uma redução de 0,3% na produção quando comparada à projeção do mês passado, de 131,1 milhões/t. A principal causa deste decréscimo, segundo o diretor da estatal Sílvio Porto, foi motivado pelas poucas chuvas nos meses de março e abril na região Centro-Oeste, afetando, principalmente as lavouras de soja e milho segunda safra ou milho safrinha.

A pesquisa da Conab ainda mostrou que a área plantada diminuiu em menos 0,3%, saindo de 45,98 milhões de hectares para 45,84 milhões por hectare. Levando em conta à lavoura da safra passada (47,33 milhões por hectare), a redução é de 3,1%.

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