Vamos falar de uma questão urbanística que muito me preocupa e que merece ser melhor compreendida e implementada no Brasil: a ocupação dos espaços públicos e sua transformação em áreas de convivência da população. No meu blog “Gabriel de A a Z” mantenho a sessão “Ligado no Mundo”, na qual publico, regularmente, bons exemplos de sustentabilidade, mobilidade urbana, inclusão social e outras ações que contribuem de maneira decisiva para a melhoria da qualidade da vida urbana.
Pois bem. Nas pesquisas que faço para encontrar temas relevantes que posso usar para mostrar a meus eleitores que há muitas maneiras de construir uma relação mais harmônica e bem-sucedida entre os diversos grupos sociais, tenho observado esforços feitos em várias partes do mundo para transformar parques, praças, estações de trem abandonadas e até ruínas de igrejas em áreas de convivência dos moradores.
Os benefícios dessas iniciativas vão desde a redução dos índices de criminalidade em determinada área, antes degradada, à diminuição das tensões sociais e raciais, em antigos locais de conflito. Isso sem mencionar as oportunidades de capacitação e aperfeiçoamento educacional em lugares transformados em centros de ensino, e outras formas de valorização e empoderamento das pessoas.
No Brasil, infelizmente, o poder público ainda não percebeu a importância desse tipo de iniciativa e as poucas ações com este objetivo são insuficientes e incipientes. Também a iniciativa privada do país, ressalvadas as exceções, não participa como deveria dessa requalificação de áreas urbanas, o que acaba por inibir o desenvolvimento de muitos projetos que poderiam, realmente, melhorar a qualidade de vida de um número incalculável de pessoas.
Tomemos por exemplo Belo Horizonte, onde temos 54 parques municipais sem plano de manejo e enfrentando dificuldades de toda ordem para sua manutenção. Há também quase 800 praças que se encontram na mesma situação, com exceção daquelas que são adotadas por empresas. Como a PBH não tem recursos para requalificar essas áreas, elas não atendem as necessidades da população e se transformam em problema para a administração municipal.
O que proponho, e nesse caso assumo o compromisso de trazer a discussão à tona, organizar encontros, criar grupos de debate e encaminhar soluções, é estabelecer um programa de atuação conjunta entre o poder público, a iniciativa privada e representantes da comunidade. O objetivo é fazer que nossa cidade tenha um programa consolidado de convivência social em espaços públicos e, assim, se torne um lugar melhor para toda a população.