Copa em BH caindo na real

Hoje em Dia
Publicado em 13/03/2014 às 06:12.Atualizado em 20/11/2021 às 16:36.
Passada a euforia com a Copa do Mundo de 2014 no Brasil, é muito bem-vindo o choque de realidade que se vê em Belo Horizonte. Um dos efeitos dessa nova percepção é o redimensionamento do número de vagas na rede hoteleira da cidade. Muitos projetos se adaptaram à possibilidade construtiva dos empreendedores e à real elevação da demanda. Houve prejuízos para alguns, e ainda é possível evitar que eles sejam estendidos a muitos.
 
Uma das providências seria não decretar feriado municipal nos dias de jogos da Copa no Mineirão. A Lei Geral da Copa, de 2012, que aponta para essa possibilidade, é fruto daquela euforia e da pressão descabida da Fifa sobre o governo brasileiro.
 
A capital mineira já presenciou grandes embates futebolísticos que atraíram ao Mineirão torcedores em número bem maior do que o previsto para a Copa do Mundo. Há inclusive registro de um recorde estabelecido em junho de 1997, na decisão do campeonato mineiro. Mais de 132 mil pessoas teriam comprado ingresso para ver de perto o Cruzeiro derrotar o Vila Nova por 1 a 0. Mesmo que o número possa ser contestado, não há dúvida de que, durante a Copa, a mobilização de torcedores para o Mineirão estará longe de estabelecer novo recorde nesse estádio, agora reformado.
 
É fato também que Belo Horizonte, pelo seu porte e pela infraestrutura disponível, pode absorver naturalmente um evento dessa natureza, sem causar prejuízo ao comércio e a outras atividades importantes, como o ensino.
 
O fechamento das lojas durante a Copa das Confederações, em junho de 2013, não impediu que muitas fossem depredadas por baderneiros que aproveitaram o protesto, elevando o prejuízo que os comerciantes teriam por não venderem. Desde então, as polícias mineiras vêm se preparando para evitar a ação dos vândalos em junho próximo.
 
Uma das medidas, publicada ontem, é a prisão preventiva dos que foram identificados praticando crimes durante os protestos populares. É medida sensata, que tem como base os artigos 311 e 312 do Código de Processo Penal, aliada ao reforço dos efetivos policiais, aos treinamentos específicos e aos investimentos em tecnologia.
 
A Prefeitura de Belo Horizonte não decidiu ainda se decretará feriados municipais. Se não decretar, certamente estará atendendo às necessidades de faturamento dos lojistas, aos turistas que vierem à cidade por causa da Copa do Mundo e aos que nela moram .
 
Pois os mineiros, incluindo os da capital, têm sofrido com a retração da economia. O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu no ano passado 2,3%, um percentual baixo e, mesmo assim, maior do que a elevação do PIB de Minas, de apenas 0,5%. O Estado não pode permanecer inferiorizado em relação ao restante do país, sejam quais forem as causas, e que entre elas não estejam feriados desnecessários.
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