A Coreia do Norte voltou atrás neste sábado em um importante projeto de cooperação com sua vizinha do sul, prejudicando as relações diplomáticas, que vinham melhorando nas últimas semanas. O governo norte-coreano anunciou o adiamento por prazo indefinido de reencontros de famílias que foram separadas pela Guerra da Coreia, entre 1950 e 1953.
Esses reencontros haviam sido interrompidos em 2010, após um ataque do Norte a uma ilha sul-coreana. Segundo a agência de cooperação da Coreia do Norte, a retomada dos reencontros foi adiada em função da "política de confronto" da Coreia do Sul. Enquanto isso, o Ministério de Integração sul-coreano lamentou profundamente a decisão e pediu um retorno ao diálogo. "A Coreia do Norte não tem nada a ganhar com esses atos de confrontos", disse o porta-voz Kim Eui-do.
Até este sábado, a tensão entre os dois lados parecia estar diminuindo. O parque industrial conjunto Kaesong, que fica na Coreia do Norte, foi reaberto esta semana, após o fechamento em abril. O acordo para retomar os reencontros familiares foi fechado em agosto, mas a decisão anunciada neste sábado não dá esperanças de uma melhora nas relações.
Além de adiar os reencontros, o Norte também desistiu das negociações para permitir a viagem de turistas sul-coreanos para o resort Monte Kumgnag, outro projeto conjunto entre os dois lados. As visitas foram interrompidas em 2008, quando um soldado norte-coreano matou um turista do Sul.
Mais de 72 mil pessoas na Coreia do Sul estão na lista de espera para reencontrar parentes no Norte. Quase 60 anos país a guerra, a maioria dessas pessoas já está idosa e o Instituto de Pesquisa Hyundai estima que 2 mil morrem por ano sem realizar o sonho de reencontrar seus entes queridos. Fonte: Associated Press.