Cozinha sertaneja: mulheres do projeto calculam se é possível lucrar com a venda de seus produtos durante a festa Nacional da Banana

Jornal O Norte
10/04/2007 às 09:29.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:01

Mesmo com empolgação dos jaibenses mulheres do projeto Cozinha Sertaneja ainda calculam se é possível lucrar com a venda de seus produtos durante a festa Nacional da Banana

Valéria Esteves


Repórter


valeria@onorte.net

Com idéias em turbilhão, as mulheres da associação de mulheres do Projeto Jaíba, ou as mulheres da Cozinha Sertaneja ainda estão pensando se participam da festa da banana, que acontece nos dias 26 a 29 desse mês na cidade de Jaíba.

Todos os anos elas levam suas guloseimas, mas no último ano a dificuldade com transporte fez com que pensassem um pouco mais se vale a pena participar novamente esse ano. Geralmente a Emater ajuda a associação, mas mesmo assim dona Maria do Socorro Oliveira Santos comenta que é preciso calcular os possíveis gastos e certamente, as possíveis facilidades de venda dos bolos, biscoitos, doces, chips de banana, entre outros.

Anualmente a tradicional festa atrai milhares de pessoas que podem conferir de perto os shows, bem como o que está sendo apresentado nos estandes, o que inclui artesanato em fibra de bananeira, doces exóticos a base das frutas do Projeto e, enfim, desfrutar do puro gosto da comida jaibense.

Como nessa época os hotéis da cidade estão lotados, os donos de comércio saem ganhando, já que ficar com fome não combina com o momento festivo do município que vê na fruticultura, especialmente na bananicultura, seus maiores lucros. Apesar de o Projeto Jaíba exportar frutas como o limão, as culturas da cana-de-açúcar e até mesmo as oleaginosas para obtenção do biodiesel também são novas propostas de produção naquela terrinha que de muita lavoura sobrevive.

FORNECIMENTO

Hoje a Cozinha fornece seus produtos para escolas estaduais e municipais, além de creches de toda a rede municipal. Todos os dias essas escolas recebem uma média de 900 pães, que alimentam centenas de crianças do Projeto Jaíba.

Segundo Maria do Socorro Santos, presidente da entidade, a Ruralminas vai doar cerca de R$ 8 mil para as mulheres ampliarem a Cozinha onde são fabricados bolos de variedades diversas, assim como biscoitos, doces, tortas, salgados entre outras guloseimas que compõem o cardápio.

Outra fonte de renda dessas guerreiras mulheres é a venda de lanches diários para o escritório regional da Emater e da Silcar. São servidos cerca de 50 lanches todos os dias para a Silcar e cerca de 40 para Emater. A expectativa é que as vendas, além das fechadas com a Conab - Companhia nacional de abastecimento, da qual as escolas citadas são beneficiadas, aumentem nesse ano já que a procura pelas delícias tem sido intensa.

A Conab contemplou as mulheres da Cozinha Sertaneja com recursos do Pronaf- Programa nacional de fortalecimento da agricultura familiar segundo as mesmas; tendo em vista que o pagamento das mercadorias só é efetuado mediante apresentação de nota fiscal.

A Associação ainda pensa em abrir um restaurante no Jaíba, oportunidade em que vai servir pratos tipicamente norte-mineiros.

– Em dez anos de história, mesmo tendo participado de cursos de corte e costura, fabricação de doces caseiros entre outros, só de uns quatro anos pra cá é que realizamos nosso maior e melhor projeto: a Cozinha Sertaneja.

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