Na primeira sessão, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Transportes da Câmara de São Paulo convocou nesta terça-feira (2), por volta das 12h20, o secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, para entregar documentos do sistema de condução. O requerimento feito pelo único vereador de oposição da comissão, Eduardo Tuma (PSDB), foi aprovado com objeção apenas do vereador Milton Leite (DEM), ligado aos perueiros.
Tatto declarou há dez dias que a CPI da Câmara Municipal só serviria para "achacar" os empresários do setor de transportes. A afirmação dele provocou crise na base governista do prefeito Fernando Haddad (PT), que se viu obrigado a desistir de barrar a comissão, antes proposta pela oposição, para criar uma CPI dominada por governistas.
Com a presidência do vereador Paulo Fiorilo (PT), a CPI quer que Tatto entregue aos vereadores documentos sobre os custos da tarifa e sobre como a Prefeitura fará para cobrir o "rombo" de R$ 260 milhões nas contas da administração municipal causado após o recuo no aumento de 3,20 para 3 reais. Também foram aprovados requerimentos para a convocação de representantes das Companhias do Metropolitano de São Paulo (Metrô) e Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), das empresas de ônibus e dos permissionários do transporte feito por lotações.
De última hora e após conversa com o ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD), o Poder Executivo indicou a vereadora Edir Sales (PSD) para ser relatora da CPI. A decisão foi tomada após o vereador Roberto Tripoli (PV) discordar nesta segunda-feira (1º), à noite da indicação do vereador Dalton Silvano (PV) para a relatoria. De acordo com Tripoli, o Executivo escolheu Silvano sem fazer qualquer discussão com a bancada do PV, que tem quatro parlamentares. Diante do impasse, integrantes da gestão municipal conversaram com Kassab, que afirmou atuar em sintonia com os petistas na comissão. Foi então indicada Edir, que é irmã do conselheiro do Tribunal de Contas do Município (TCM) Eurípedes Sales, aliado do ex-prefeito de São Paulo.
Indignado com a mudança, Silvano não apareceu na primeira sessão da comissão, nesta terça-feira, no Palácio Anchieta. Vereadores de oposição como Ricardo Young (PPS) e o líder do PSDB na Câmara, Floriano Pesaro, tentavam participar da comissão como integrantes da plateia, com perguntas a Fiorilo. Estudantes de direito das Universidades de São Paulo (USP) e Presbiteriana Mackenzie também acompanharam os trabalhos e pediram "transparência" dos vereadores em relação à acessibilidade aos documentos da comissão.