DAMASCO - A Cruz Vermelha e o Crescente Vermelho Árabe estavam prontos, nesta quarta-feira (20), para retirar os civis da cidade síria de Homs (centro), depois de terem sido autorizados pelo regime e pelos rebeldes, no mesmo dia em que os insurgentes provocaram muitas baixas no Exército sírio.
Em todo o país, os episódios de violência deixaram 63 mortos (29 soldados, 28 civis e seis rebeldes), segundo fontes opositoras.
No campo diplomático, no momento em que a União Europeia prepara uma nova rodada de sanções contra a Síria, os Estados Unidos anunciaram que a secretária de Estado, Hillary Clinton, se reunirá na próxima semana com o chanceler russo, Serguei Lavrov, em São Petersburgo, para falar da situação na Síria.
"O CICV e o Crescente Vermelho árabe sírio estão dispostos a entrar na cidade velha de Homs e nos bairros de Al-Qarabees, Al-Qusur, Jurat al-Shayah e al-Jalidiya", afirma o CICV em um comunicado.
"O CICV e o Crescente Vermelho árabe sírio tentam evacuar e ajudar de outra forma pessoas bloqueadas em vários bairros da cidade de Homs devido aos combates", afirmou a organização humanitária.
As tropas do regime de Bashar al-Assad bombardeiam há vários dias as localidades defendidas pelos rebeldes, sobretudo em Homs (centro), para retomar seu controle.
No dia 19 junho, o CICV solicitou às partes que respeitassem uma "pausa temporária", indicou. "As autoridades aceitaram oficialmente nosso pedido e os grupos opositores nos deram garantias de que iam respeitar a pausa", indicou a organização sediada em Genebra.
Segundo o CICV, centenas de civis estão presos na cidade velha de Homs e não podem fugir dos combates nem encontrar um refúgio. "Nossa primeira prioridade (...) é evacuar os doentes e feridos para zonas mais seguras, onde possam ser atendidos", declarou a responsável de operações no Oriente Médio, Béatrice Mégevand-Roggo. "Queremos seguir evacuando os civis que não tiverem conseguido escapar da zona do conflito", acrescentou.
Por sua vez, um funcionário de alto escalão havia confirmado na terça-feira que os observadores da ONU ficarão na Síria, apesar do aumento das hostilidades que levaram à suspensão da missão no país, onde milhares de cidadãos estão presos em cidades atacadas pelo exército sírio.