Defesa de "Bola" tenta desqualificar inquérito do caso Bruno

Thais Mota - Hoje em Dia
Publicado em 22/04/2013 às 23:42.Atualizado em 21/11/2021 às 03:02.

 

A defesa de Marcos Aparecido dos Santos, o "Bola", concentrou sua estratégia na tentativa de desqualificar o inquérito que resultou das investigações sobre o desaparecimento e morte de Eliza Samudio. Ao interrogar, por cerca de cinco horas, a delegada Ana Maria dos Santos, primeira testemunha a ser ouvida neste julgamento, o advogado Ércio Quaresma apontou vários pontos do relatório final em que a informante não soube responder e chegou a afirmar que o inquérito é uma "fraude" e que iria provar isso durante o julgamento.
 
Um dos questionamentos é sobre o nome de Tatiana de Moura, que aparece no relatório de interceptações telefônicas realizado pela Polícia Civil. Após reler trecho do inquérito, Ana Maria se recordou que pediu o afastamento do sigilo telefônico da mulher para descobrir de qual número Eliza Samudio teria entrado em contado com ela. Já sobre o motivo pelo qual José Laureano de Assis, o "Zezé", não foi indiciado, mesmo seu nome aparecendo em mais de 50 ligações a Luiz Henrique Ferreira Romão, o "Macarrão", a delegada afirmou que não havia elementos suficientes para tal.
 
Ana Maria também não se recordou se o proprietário de todos os telefones que estiveram em contato com o ex-braço direito do goleiro Bruno Fernandes na data do crime foram identificados. Quaresma então pediu que a delegada se inteirasse do processo e do que consta no inquérito que ajudou a produzir, mas a informante se recusou a tocar nos autos, já que entendeu que estaria sendo levada à suspeição pelo defensor.
 
Quaresma tentou, também, desqualificar as provas que apontam que "Bola" estava na região da Pampulha, na noite do dia 10 de junho, e que teria encontrado Luiz Henrique Ferreira Romão, o "Macarrão", no local e de lá teria seguido para Vespasiano, onde Eliza Samudio foi assassinada. Conforme lista de presença da Faculdade de Tecnologia Internacioanal, do grupo Uninter, "Bola" estaria presente em sala de aula na noite apontada pelas investigações como data do crime e, por coincidência, a faculdade fica na Pampulha.
 
Antes dos advogados de defesa do réu, a delegada foi inquirida pelo promotor Henry Wagner Vasconcelos de Castro. O representante do Ministério Público Estadual (MPE) voltou a indagá-la sobre o depoimento prestado por Jorge Luiz Rosa, primo de Bruno, ao juiz da Vara da Infância e Juventude de Contagem e também à própria delegada. Em ambos os casos, ela afirmou que o jovem estaria angustiado, mas que não foi de forma alguma pressionado ou coagido.
 
Apesar de estar arrolada como testemunha de defesa e acusação, Ana Maria dos Santos foi ouvida como informante, na condição de autoridade policial. Além dela, o delegado Edson Moreira, que comandou as investigações sobre o caso Eliza Samudio, também deve prestar depoimento na condição de informante.
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