Denúncia não deve ter retorno eleitoral

Aline Louise* - Hoje em Dia
Publicado em 25/10/2014 às 08:08.Atualizado em 18/11/2021 às 04:45.
 (Divulgação)
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O cientista político, professor da UFJF, Paulo Roberto Figueira, não acredita que a nova denúncia apresentada pela “Veja” possa, a essa altura da disputa presidencial, influenciar nos rumos das eleições. “O leitor da “Veja” já tem uma posição consolidada. O efeito de rede pode até ter algum resultado, mas o tempo é muito curto para provocar algo que vá se espalhar até todas as camadas e mudar as tendências”, avalia.

Segundo o professor, a reportagem não “ajuda” a campanha de Dilma, mas ao mesmo tempo não terá espaço para grandes “estragos”. “Este episódio já produziu o desgaste que tinha para produzir na campanha do PT”, comenta.

Um dos coordenador da campanha tucana em Minas, o ex-secretário de Estado Nárcio Rodrigues (PSDB), tem opinião semelhante. “Não acredito que a capa da ‘Veja’ possa alterar o quadro eleitoral, mas cristalizar as escolhas do eleitor. As pessoas que já estão odiando este governo, vão confirmar isso. A ‘Veja’ não tem penetração na baixa renda, onde o PT tem grande apoio, calcado nos programas sociais”, afirma. Contudo, Nárcio considera a reportagem importante. “Eu acho que ela é absolutamente necessária, não como denúncia, mas como ponto de reflexão. O eleitor tem direito a essas informações até para saber se quer manter esse tipo de coisa. É uma denuncia gravíssima, não podemos fechar os olhos”, diz.

Bolsa reage

Após cair 9% na semana, a Bolsa brasileira voltou a subir, contrariando a expectativa dos pessimistas do mercado, e terminou o último pregão antes da eleição com alta de 2,42% no Ibovespa, que encerrou aos 51.940 pontos. O dólar à vista (negociado no mercado financeiro), que na quinta (23) fora a R$ 2,51, recuou 1,51% para R$ 2,472.

Os motivos citados para a reversão do pessimismo foram desde a pesquisa Sensus/IstoÉ, que atribuiu 54,6% das preferências de voto a Aécio Neves (PSDB) e 45,4% à presidente a Dilma Rousseff (PT), até a especulação sobre uma eventual boa performance de Aécio Neves no último debate, e o impacto da reportagem de capa da revista “Veja” no eleitorado. “Tudo isso cria uma expectativa de a oposição vencer a eleição”, disse Fabio Lemos, da São Paulo Investments. Marcio Cardoso, sócio da Easynvest, lembra que o movimento dessa sexta-feira (24) também pode ser explicado pela sequência de baixas da Bolsa ao longo da semana.
 
(*) Com Agência Folhapress

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