Sempre polêmico em seu programa diário "De Zurda", da TV venezuelana Telesur, o ex-jogador Diego Armando Maradona não poderia ter atitude diferente após a goleada da Alemanha sobre o Brasil, por 7 a 1, na tarde da última terça-feira (8), no Mineirão, em Belo Horizonte. Para o ídolo argentino, o jogo deveria ter sido cancelado quando os alemães abriram 6 a 0 no placar.
"Depois dos 6 a 0, deviam ter suspendido a partida, porque ela já tinha sido definida", disse ironicamente Maradona, que completou: "Passaram por cima. A cada jogada que passavam (os alemães) da metade do campo era meio gol, era meio gol".
Campeão mundial em 1986, no México, "El Pibe de Oro" ainda lembrou que o meia Özil, com mais frieza, poderia ter feito o oitavo: "Se ele parasse (antes de chutar), só restaria empurrá-la (a bola) para o gol". Maradona ainda disse ter ficado impressionado com a explicação do goleiro Julio César após o massacre: "O que mais me impactou foi a entrevista de Julio César à televisão brasileira para explicar aos brasileiros o motivo da derrota. Enfiaram sete gols, como faz para explicar isso?".
No entanto, o ainda maior ídolo do futebol argentino não tem tantos motivos para sorrir com o atropelo germânico sobre a Seleção Brasileira. Com Maradona de técnico, a Alviceleste foi vítima dos bávaros nas quartas de final da Copa do Mundo de 2010, na África do Sul. Naquela ocasião, a Alemanha venceu a Argentina por 4 a 0, com Messi e Tévez facilmente anulados pelos alemães.
"Minha filha me mandou uma mensagem: ‘Não se pode perder em semifinais de 4 a 0?’". Maradona, ao lado de vários jornalistas do programa, ainda se defendeu tentando convencê-los de que a derrota hermana não foi tão humilhante: "Nada a ver. Foi muito diferente, muito diferente".
Em São Paulo, às 17 horas, na Arena Corinthians, é a vez da Alviceleste tentar uma vaga à final do Mundial contra a Holanda. A última vez em que a Argentina esteve em uma semifinal foi na Copa de 1990, na Itália, quando conseguiu eliminar, nos pênaltis, a anfitriã.