Desenvolvimento do agronegócio regional depende apenas de segurança de mercado

Jornal O Norte
26/07/2007 às 12:12.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:10

Valéria Esteves


Repórter


valeria@onorte.net

Em busca do capital de inteligência. Em meio a tão falada organização da cadeia produtiva do agronegócio na região do Norte de Minas, o que ainda falta é a solução para tal. Se prestar atenção, como bem enfocou o superintendente interino do banco do Nordeste do Brasil, João Nilton Castro Martins, é preciso estudar as soluções para que a organização se dê de maneira natural.

Na visão de João Nilton, todas as cadeias produtivas atuantes na região enfrentam algum tipo de gargalo. Seja fora da porteira, a espera da comercialização ou mesmo na formatação dos arranjos produtivos capazes de identificar as falhas pujantes. O que deve ser pensado é como integrar os agentes num esforço de sanar as dificuldades encontradas no processo.

- Muito ainda precisa ser conquistado. Desde a identificação de plantas adaptadas com alto padrão produtivo; arranjo social econômico que viabilize a produção para a agricultura familiar; melhor estruturação da organização associativa e empresarial que validem toda a cadeia como um seguimento econômico competitivo e não de subsistência ou de compensação social. Mas ainda dentro dessa premissa temos ainda que identificar como criar uma congruência eficiente das políticas públicas com o investimento privado, bem como saber como podemos ser mais céleres e efetivos nesse desafio - ressalta.

Há que se dizer que é possível, de imediato, perceber que há um hiato a ser resolvido dentro de atividades, como a criação de ovinos e caprinos, onde a demanda é maior que a oferta; na fruticultura, onde a logística de escoamento da produção ainda perece; na produção de oleaginosas, onde os arranjos produtivos ainda nem foram definidos, entre tantas outras pendências a serem corrigidas para que o produto chegue ao mercado.

João Nilton disse em seu discurso, proferido durante o aniversário de 55 anos do BNB, que hoje no mercado verifica-se quedas progressivas do custo de capital e uma maior oferta para investimento. Menor margem de lucro, exponencial concorrência; demanda de capital humano especializado e multifuncional; diferencial através da estrutura de comunicação e a dinâmica da arte do conhecimento tecnológico implicando na conquista de divisas e desenvolvimento empresarial.

Sobre pesquisas, vale lembrar que muitas delas estão sendo elaboradas por instituições de pesquisa como a Epamig- Empresa de pesquisa agropecuária de Minas Gerais e que são as próprias que vão identificar a matriz energética a ser financiada pelo banco; no caso das oleaginosas para o biodiesel, assim como quaisquer outras que tenham a visão de ser competitiva e entrar para o mercado.

O superintendente interino fez questão de enfocar em seu discurso todas as atividades que despontam para o mercado na região: bovinocultura, ovinocaprinocultura, fruticultura, silvicultura entre outras alertando a todos os agentes, incluindo a instituição a qual pertence, de trabalhar para encontrar soluções que provoquem a mudança de comportamento, diante principalmente, de uma postura que enxerga somente no crédito a saída para um bom negócio.

- O crédito é sim, uma das partes do processo que promovem a competitividade do negócio, mas acima de tudo é preciso se ter segurança no processo de produção e de comercialização; um dos indicadores de desenvolvimento sustentável a que todo bom negócio necessita - critica.

E acrescenta: - Divisamos as atividades econômicas mais propícias para a estruturação de um desenvolvimento sustentável na região.  Temos desafios para resultados que a atualidade nos cobra. E transforma-se em oportunidades de estruturação e planejamento que o futuro nos convoca. O primeiro e grande desafio de todos nós é saber transformar problemas, gargalos e dificuldades em oportunidades diferenciadas.

O Norte indagou ao superintendente sobre qual a atividade mais promissora, ou a que se desponta no cenário econômico regional. Ele foi firme ao dizer que todas são promissoras e apresentam arranjo de competências plausíveis. Mas há que se lembrar, afirma, que é preciso responder a questões dessa natureza. Como fica a matriz de insumos, o transporte, as trades de comercialização? As oportunidades de instalação de agroindústrias para beneficiamento, comercialização, selo verde e quais as marcas diferenciadas e competitivas?

Para o Norte de Minas, o banco está disponibilizando para os setores da Industria e do comércio uma tranche financeira complementar de R$ 50 milhões, como giro estoque.

- Pretendemos aplicá-lo complementarmente aqui de agosto até novembro desse ano, ajudando as empresas na formação de estoque para o último trimestre do ano. Com juros abaixo do que é praticado na praça para capital de giro e com prazos mais elásticos, conclui.

O fato é que as respostas a todos os questionamentos quanto ao desenvolvimento sustentável podem ser encontradas dentro das próprias estruturas das cadeias produtivas. O parque tecnológico a ser criado em Montes Claros dará uma força a mais na tomada de decisões como acreditam os agentes do agronegócio regional – argumentou.

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