A presidente Dilma Rousseff (PT) admitiu a empresários, que poderá trocar a equipe de governo, caso reeleita. A declaração foi feita a uma plateia de empreendedores, durante palestra, após admitir que a indústria brasileira vive “uma situação complexa”.
“Obviamente, novo governo, novas e necessariamente atualização das políticas e das equipes”, afirmou.
Dilma acenou aos empresários com a manutenção de investimentos e financiamentos por meio de bancos públicos, em uma crítica indireta à sua adversária na corrida pelo Palácio do Planalto, Marina Silva (PSB). Em diversas ocasiões ela perguntou à plateia o que seria do país sem a política industrial implantada em sua gestão.
Em Belo Horizonte, nesta quarta-feira (3), a presidente mesclou agenda de presidente com a de candidata. Visitou a 8ª Olimpíada do Conhecimento e participou de uma carreata em Venda Nova.
No evento oficial, foi acompanhada pelo presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, e pelo presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Olavo Machado. Depois da visita à Olimpíada, discursou aos empresários. O encontro, articulado pelo ex-ministro Walfrido dos Mares Guia, teve o objetivo, nos bastidores, de fazer um aceno aos industriais. “É uma tentativa de desconstruir o discurso de Martina Silva, que já acenou com a redução do crédito e da política industrial”, disse um aliado.
“Vivemos uma situação bastante complexa na indústria. Só me pergunto, pergunto a vocês, o que seria se nós não tivéssemos tomado as medidas que tomamos, na área industrial, e no reconhecimento de que a indústria é estratégica para o país e de que uma política industrial é necessária”, disse Dilma no discurso.
“É possível que alguns de vocês, na atual conjuntura, quando a incerteza do cenário internacional se mistura com o debate eleitoral questionem a eficácia desta nossa política”, completou. Em seguida, a presidente afirmou que as medidas tomadas – como garantia de compra da produção de indústrias brasileiras, expansão do crédito e desonerações – foram necessárias para alicerçar os pilares para o crescimento do setor.
Ao admitir problemas no setor, Dilma disse que “gostaria que o Brasil tivesse crescendo num ritmo muito mais acelerado”.
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Após evento, Dilma saiu em carreata (Foto: Aline Louise/Whatsapp)