Ninho de várias raposas da política mineira, a Zona da Mata assistirá a uma disputa acirrada pelo comando de Juiz de Fora.
O atual prefeito, Bruno Siqueira, busca assegurar a hegemonia do PMDB na cidade onde, nos últimos 40 anos, 30 foram governados pelo partido do ex-presidente e ex-governador Itamar Franco.
Siqueira conta com o apoio do PSDB e outros cinco partidos. O farto tempo de TV propiciado pela coligação é a arma do atual prefeito na campanha. “A crise afetou, mas o Bruno veio fazendo uma administração consistente, com obras e salários em dia”, diz Paulo Gutierrez, do PMDB local.
Do outro lado, os opositores apostam no desgaste do PMDB no poder local como fragilidade a ser explorada. O PSB aposta no empresário do ramo da construção civil Wilson da Rezato como forma de contornar a aversão do eleitorado ao “político tradicional”. Conhecido por construir apartamentos para a classe média e apadrinhado pelo deputado federal Júlio Delgado (PSB), Wilson tenta projetar a imagem de gestor eficiente e sem máculas. “O Wilson está bem posicionado nas pesquisas e a rejeição à classe política pode ser revertida ao seu favor”, aposta Delgado.
Outro candidato na corrida é o deputado estadual Lafayette Andrada (PSD), cuja família exerce o poder na Zona da Mata há décadas. Andrada, que era tucano até o fim do ano passado, trocou de partido para viabilizar a candidatura, buscando forças por meio de uma coalização com PPS, PDT, Solidariedade e outros partidos.
Também deputado estadual, concorre pelo PSC Noraldino Júnior, que antes de entrar para a Assembleia foi eleito vereador por duas vezes em Juiz de Fora e trabalhou em órgãos das áreas ambiental e social da prefeitura, nos anos 2000. A confirmação da sua candidatura aconteceu na última sexta-feira.
Parceria
No campo da esquerda, dois deputados federais se uniram no último minuto. A ex-reitora da Universidade Federal de Juiz de Fora e deputada Margarida Salomão (PT) iria disputar a preferência do eleitorado com o colega de parlamento Wadson Ribeiro (PCdoB), que abriu mão da candidatura na última quinta. “Mais que mudança, a cidade quer participação, desejo de ser ouvida, quer se envolver na gestão dos seus problemas” coloca Margarida. Corre por fora a servidora pública Maria Ângela (PSOL), com PCB e Brigadas Populares.
Ubá
O prefeito Edvaldo Baião Albino (PT), no segundo mandato, busca eleger o empresário e ex-secretário de Meio Ambiente Aldeir Ferraz (PT), que também foi assessor de Baião no primeiro mandato. Contrariando o cenário nacional, Ferraz segue coligado com o PMDB. Os petistas afirmam que a atual administração conta com 60% de aprovação, ajudando o partido na corrida eleitoral.
Pelo PCdoB, o presidente da Câmara de Vereadores, Samuel Gazolla Lima, busca se viabilizar em aliança com o PSB, PSD, PP e Rede. Professor de geografia, Samuel foi secretário de Educação no primeiro mandato do Edvaldo e tenta a prefeitura pela primeira vez.
Apadrinhado pelo deputado estadual Dirceu Ribeiro (PHS), sai o engenheiro agrônomo Edson Teixeira, ex-presidente do sindicato dos produtores rurais. “Estamos conscientes das dificuldades, que são de todos nesta eleição, em função do quadro de candidaturas, mas seguimos otimistas”, coloca Dirceu.
No final da semana, o PSDB local não havia definido a candidatura.
Muriaé
Já em Muriaé, o atual prefeito, o tucano Aloysio Navarro de Aquino, não tentará a reeleição, devido à rejeição do seu nome. Ele chegou a se lançar pré-candidato, mas se retirou da corrida há duas semanas.
As eleições devem se polarizar entre os grupos do deputado estadual Bráulio Braz (PTB), que apoia Elder Abreu, do PMBD, e do deputado federal Misael Varela (DEM), que apoia o empresário Grego (DEM, que nunca foi candidato. O perfil é o mesmo de Elder, que já foi secretário de finanças na cidade, mas também nunca concorreu ao posto. “Houve um grande acordo para lançar o candidato do PMDB, com um grupo político grande”, diz Bráulio.