Divulgação da ovinocaprinocultura de corte será tema de dia de campo

Jornal O Norte
20/11/2007 às 18:22.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:23

Cabritos e cordeiros à vontade:


Accomontes quer que dona de casa


leve essas carnes para sua mesa

Valéria Esteves


Repórter


valeria@onorte.net

Cordeiro e cabrito à mesa. Está servido? Então se considere. Essa é a proposta da Accomontes- Associação de criadores de caprinos e ovinos do Norte de Minas em levar à mesa da dona de casa da região o gosto por carnes de caprinos e ovinos. Hoje em Montes Claros já é possível identificar tanto no mercado municipal, em estabelecimentos na Mestra Fininha ou em restaurantes, peças de carnes desses dois animais que estão arregimentando a economia da ovinocaprinocultura no Norte de Minas.

A entidade tem trabalhado para a divulgação da culinária que pode ser feita da maneira que o cozinheiro julgar melhor.

A presidente da Accomontes, Maria Idalina Almeida foi até o Mato Grosso aprender como se prepara um bom guisado de cordeiro, quibes, pastéis, e especialmente como se faz um bom carrê (prato que consiste do corte da costela com o lombo e é servido assado) para repassar aos criadores, donos de restaurantes e buffets da região.

Os criadores de caprinos e ovinos da região estão comemorando, além de tudo, os bons negócios. A carga comunitária está sendo comercializada todos os meses com o frigorífico Pif Paf, em Patrocínio, como disse Idalina. O frigorífico tem pagado ao produtor cerca de R$ 2,80 pelo quilo vivo do animal.

No início desse mês um grupo, de 16 pessoas, foi até João Pessoa na Paraíba para um simpósio internacional de ovinocaprinocultura de corte, onde puderam saber de outros criadores como e qual a melhor maneira de se criar os animais.

Com o propósito de difundir a criação, a Accomontes vai realizar, no próximo dia 23, em Jequitaí um dia de campo sobre a ovinocaprinocultura de corte, e a expectativa é de que mais de 150 pessoas participem. Um ônibus levará criadores de Coração de Jesus, Francisco Sá, Montes Claros e Janaúba para o evento.

Para Maria Idalina esse é momento da ovinocaprinocultura mineira e brasileira como um todo.

- A atividade tem ganhado corpo e o mercado está pronto para receber a carne, a pele, o leite e outros subprodutos dos caprinos e ovinos. Queremos que as donas de casa comecem a levar para suas casas a carne de cordeiro e de cabrito. Tem dois pontos de venda no mercado municipal e o preço do quilo varia entre R$ 7 e R$ 8. Queremos dizer às pessoas que tudo depende do preparo da carne como qualquer outro tipo. O que vale é a criatividade na hora de colocar na panela.

CRESCIMENTO

Pesquisa do IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística demonstra que o rebanho nacional de ovinos e caprinos somava 25 milhões de cabeças há apenas três anos. Atualmente já superam 30 milhões de cabeças.Só no Norte de Minas há uma média de 400 mil cabeças, conforme a Accomontes.

O objetivo da entidade é, em parceria com os frigoríficos abrir em Montes Claros, uma sala de abate, onde seria feita a desossa e consequentemente a população regional teria mais acesso tanto à carne do cabrito quanto à do ovino.

A classe acredita que pode entrar para o mercado competitivo nos próximos anos, com o incentivo de órgãos como o Sebrae, Codevasf, UFMG, entre outros. A previsão é os produtores tratem a ovinocaprinocultura como um negócio rentável. Idalina conta que ainda há o estigma: a demanda é grande, mas a oferta ainda está em baixa.

No Norte de Minas o Sebrae tem usado os mesmos métodos do projeto Aprisco, desenvolvido no Nordeste, e isso é que tem feito a diferença no desenvolvimento da cadeia. O projeto está presente em 9 estados nordestinos e por obter resultados positivos na criação de cabras, ovelhas e bodes, foi implantado no Norte de Minas. Os municípios de Coração de Jesus, São Francisco, Porteirinha, Januária, Janaúba, Manga, Nova Porteirinha, entre outros, já adotaram o Aprisco como propulsor do desenvolvimento sustentável dos criadores de ovinos e caprinos.

VALORIZAÇÃO

Alguns pecuaristas estão dando mais espaço para criação de ovinos em sua propriedade. Muitos pensam até em abandonar a bovinocultura para aprender a manejar a produção de caprinos e ovinos.

O fazendeiro Alexandre Guimarães, há um ano, resolveu abandonar a pecuária de corte e passou a dedicar-se à ovinocultura. Começou com 60 cabeças e, hoje, já tem cerca de 200. Ele pretende trabalhar com a raça Santa Inês, por produzir mais carne, mas, por enquanto preferiu começar com um rebanho mestiço, por ser mais barato.

- E para melhoria de qualidade das minhas ovelhas eu adquiri alguns machos da raça Dorper, que tem uma carcaça maior e produz mais carne.Toda a propriedade está sendo adaptada para criação de ovelhas. Por enquanto os animais ficam no curral, mas já foi feito um galpão para cria em regime de confinamento. E como o rebanho está crescendo, começam a fazer falta as técnicas adequadas para lidar com a nova atividade, por isso os empregados da fazenda participaram do curso. Estou satisfeito com o resultado, agora todos já conhecem o manejo correto das ovelhas e cabritos - afirmou o criador de ovinos.

O preço da arroba do ovino também é outro atrativo. Em alguns casos chega a ser pago uma média de até R$ 90 pela arroba do animal.

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