Dólar em queda não ajuda a diminuir o preço dos importados em Montes Claros

Jornal O Norte
29/11/2007 às 16:45.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:24

Valéria Esteves


Repórter


valeria@onorte.net

Com a proximidade do período natalino, os economistas alertam quanto à variação dos preços do mesmo produto nos estabelecimentos de Montes Claros. Os produtos importados que compõem os artigos para presentes, bem como alimentação e bebidas, consumidos no natal não sofreram queda mesmo com a desvalorização do câmbio. Os empresários alegam que os importados não estão com preços mais baixos devido a pouca quantidade dos mesmos no estoque.

O economista Jair Soares Rocha da universidade estadual de Montes Claros diz que a tendência é que em dezembro com o incremento do décimo terceiro ao salário dos funcionários do setor privado como do público, é que se gaste mais. O ideal, afirma, é que as pessoas façam uma pesquisa de preço antes de levar para casa os presentes, bebidas e alimentos para o dia da ceia.

- O poder aquisitivo das pessoas neste ano está melhor e a expectativa é de que mais compras sejam efetuadas. Apesar de os produtos importados como a castanha, os vinhos, dentre outros, estarem mais caros, mesmo com o dólar na casa de R$ 1,83 – ressalta o economista.

Uma pesquisa realizada, em Belo Horizonte, mostrou que é possível encontrar no ramo alimentício variações de preço que vão de 0% a 150%. A dica é realmente não ter preguiça de pesquisar.

Para incentivar os lojistas, em Montes Claros, a Câmara dos dirigentes lojistas promove todos os anos um concurso onde vence quem tiver a vitrine mais bonita. São distribuídos muitos prêmios e os comerciantes trabalham sério para conseguir a vitória.

FORMAÇÃO DE ESTOQUE

Alguns produtos estão faltando no estoque de alguns empresários. Os motivos apresentados a essa causa são variados. Mas se o motivo for a falta de crédito para comprar produtos, o banco do Nordeste lançou uma linha de crédito exclusiva para atender a essa demanda. Trata-se da Giro Estoque, linha que disponibilizará cerca de R$ 10 milhões a quem deseja rechear seu estoque de novidades para serem comercializadas no natal.

A linha foi apresentada à ACI-  associação Comercial, Industrial e de Serviços de Montes Claros e a empresários nessa quarta-feira, 28,  oportunidade em que o BNB informou que o orçamento mínimo para essa linha é de R$ 10 milhões, sendo que a vigência da mesma é de setembro a dezembro de 2007.

As taxas de juros variam entre 1,02% a 1,14% ao mês com bônus de 15% a 25% sobre os juros até a data de vencimento, valendo para as parcelas referentes ao FNE – fundo constitucional de Financiamento do Nordeste.

O BNB disse que a linha de crédito possibilitará o crescimento das vendas de fim de ano, mas com a seguinte ressalva: - o crescimento não vai simplesmente acontecer, é fruto de um planejamento, opções e boas escolhas.

O presidente da ACI, Geraldo Drumond falou em entrevista a O NORTE que acredita que essa nova linha crédito vai aumentar o volume de vendas no fim do ano na cidade, e há boas perspectivas de crescimento, já que a atual conjuntura econômica é favorável.

- Assinamos esse convênio com o banco do Nordeste porque vimos que as taxas de juros são as menores praticadas no mercado, chance então, de os empresários renovarem seus estoques para melhor atender os consumidores nas datas comemorativas - frisou.

O prazo para se quitar o empréstimo é de 18 meses com carência de 6 meses, sendo que as operações de até R$50 mil não precisam de garantia real. Pode ser firmada através de fiança ou aval dos sócios da própria empresa. Os micro- empresários podem tomar até R$120 mil, os pequenos cerca de R$ 360 mil, médios R$ 720 mil e os grandes empresários têm um limite de R$ 1,2 milhão. Vale lembrar que essa linha está vigente desde o mês de setembro e segue até dezembro.

TAXAS DE JUROS

Segundo informações do BC- banco Central espera-se menores taxas de juros e maiores prazos de crédito nas compras. De acordo com a nota de Política Monetária e de Operações de Crédito, divulgada nessa terça-feira pelo BC, a maioria das taxas de juros de crédito pessoal estão no menor nível da série histórica, iniciada em 1994.

Do ponto de vista de taxas, as condições são as melhores dos últimos anos e com prazos mais dilatados, disse Lopes, em matéria publicada pela Agência Brasil.

A taxa de juros para pessoa física caiu 50 pontos-base em relação a setembro e ficou em 45,8% ao ano. As empresas pagaram taxa de 23,4% ao ano, um aumento de 30 p.b. Para o BC, a tendência é de que a redução de juros seja mantida, assim como o alongamento de prazos.

Segundo o Departamento Econômico do BC, apenas o cheque especial, com taxa de juros de 139,1% ao ano, em outubro deste ano, e o crédito de aquisição de bens, como eletrodomésticos, com 54,7%, ainda não atingiram o piso da série histórica do Banco Central.

Mesmo com a parada na trajetória de redução da taxa básica de juros - atualmente a Selic está em 11,25% ao ano -, a expectativa é que para o início de 2008 as instituições financeiras continuem a reduzir o spread, o que tornará as taxas ao consumidor mais baixas.

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