Doméstica abre a votação no Colégio Loyola em BH

Gláucio Castro - Hoje em Dia
05/10/2014 às 15:08.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:28

(Lucas Prates)

As últimas urnas ainda estavam sendo transportadas pela Polícia Militar para o interior do Colégio Loyola, na Cidade Jardim, Região Centro Sul de Belo Horizonte, e a doméstica Luzia de Oliveira Gualberto, 56 anos, já aguardava do lado de fora para votar. Os portões só seriam abertos às oito horas, mas desde as sete em ponto ela estava lá, mesmo com o frio que fazia na manhã deste domingo (5) na capital mineira.

“É para ficar livre logo”, brincou toda agasalhada. Mas não era bem assim. Moradora do Bairro Maracanã, no Barreiro, a viúva teria um dia longo pela frente e acabou optando por cumprir sua obrigação logo cedo para ter mais tempo para curtir o domingo em família e fazer suas tarefas. “Tenho quatro filhos. Tenho que voltar para casa para fazer almoço para eles e ainda arrumar a casa. Moro longe. Então é melhor resolver isso logo”, explica.

Apesar de ter trocado a Região Centro Sul pelo Barreiro há vários anos, Luzia ainda não cuidou da transferência do título. “Aí toda eleição eu tenho que sair de longe e vir parar aqui”, conta a eleitora, que não vota mais com o mesmo entusiamo de antigamente. “Só estou aqui porque tenho que vir mesmo. Antigamente a gente ia votar com muito mais esperança. Hoje não. Mudou muito. Os candidatos não cumprem nada que prometeram”, reclamou.

O estudante Mayllon Lucas da Siilva, 9 anos, ainda não pode votar. Mesmo assim, ontem ele acordou cedo e foi acompanhar o pai a escolher os próximos dirigentes do país. Assim como dona Luzia, os dois também chegaram cedo. “Acho importante que ele comece a se interessar por política desde cedo. Só assim conseguiremos mudar alguma coisa no nosso país”, conta o pai, o pedreiro Paulo Marcelo da Silva, de 49 anos.

Orgulhoso, ele explicou que seu outro filho, Moisés Rodrigues da Silva, de 14 anos, pegou o ônibus com a mãe e foi para Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, para também não ficar de fora da eleição. Além de acompanhar o pai ontem, Mayllon garantiu que viu todos os debates e que acompanhou também a propaganda política. “A gente tem que ficar bem informado para depois pode cobrar alguma coisa dos políticos. Eu ainda não posso votar, mas estou aqui com meu pai para já ir aprendendo e vendo como funciona”, resumiu.

Luzia e Paulo só ficaram surpresos quando foram informados por algumas pessoas que estavam na fila que se algum mesário faltasse eles seriam convocados para trabalhar na eleição. “Acho que vou começar a mudar o horário de voltar então”, brincou Luzia.

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