O déficit comercial da indústria brasileira que usa intensivamente o gás como recurso energético deverá se aprofundar nos próximos anos, alertou o presidente da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), Paulo Pedrosa. Segundo ele, a indústria tem mostrado perda de competitividade e estagnação nos últimos anos. O principal motivo, acrescentou, é o preço do gás no Brasil, que está acima do verificado em outros países com indústria concorrente.
Pedrosa mencionou que o conjunto das empresas intensivas em gás tinha superávit comercial de US$ 5 bilhões em 2005, mas passou a ter déficit comercial de US$ 15 bilhões em 2011. "A expectativa é de que esse déficit possa superar os US$ 100 bilhões até 2025", afirmou durante o Fórum Brasil Competitivo - O Futuro do Gás, realizado pelo Grupo Estado, em parceria com a Abrace.
O presidente da Abrace acrescentou que a preocupação da indústria para os próximos anos é se a política sobre o gás no País será tratada como um valor estratégico ou apenas com ações pontuais destinadas à cadeia produtiva. "O cenário atual é de um lento declínio da indústria. Se não fizermos nada, vamos entrar em queda livre", frisou, defendendo medidas para aprimorar a comercialização e distribuição do insumo como forma de recuperar a competitividade.
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