Ações da MMX caem mais de 4% após prejuízo

Folhapress
19/03/2013 às 14:49.
Atualizado em 21/11/2021 às 02:02

SÃO PAULO - Um dia depois de ter divulgado forte aumento em seu prejuízo em 2012, o qual foi recebido negativamente entre investidores e analistas de mercado, a MMX vê suas ações caírem nesta terça-feira (19) na BM&FBovespa. As ações da mineradora Vale também registram desvalorizações nesta tarde, pressionando o desempenho do Ibovespa -principal índice de ações da Bolsa brasileira- para baixo. O movimentou reflete o corte nas perspectivas do Goldman Sachs para a companhia, de acordo com relatório divulgado nesta terça-feira (19).

Às 13h34, os papéis da mineradora do grupo EBX, de Eike Batista, tinham baixa de 4,70%, para R$ 3,04 cada. Já as ações mais negociadas da Vale caíam 3,70% no mesmo horário, para R$ 32,45 cada. O Ibovespa registrava perda de 1,23%, aos 56.271 pontos.

Na noite de ontem, a empresa divulgou um prejuízo de R$ 795,7 milhões no ano passado, devido a queda na produção e no preço do minério de ferro. A perda representa um aumento de 36.892% em relação à que a empresa teve em 2011 (R$ 2,1 milhões).

O prejuízo chega em um momento de crise de confiança do mercado de capitais sobre o grupo de Eike Batista, que viu o valor de mercado das suas empresas encolher no ano passado, fazendo com que o empresário deixasse de fazer parte das cem pessoas mais ricas do mundo, segundo ranking da Bloomberg.

A receita da MMX caiu 22%, para R$ 850,6 milhões em 2012. A empresa atribuiu isso ao valor do minério de ferro, que atingiu o preço mais baixo desde que se abandonou o sistema de precificação anual, chegando a US$ 88,50/tonelada métrica.

No entanto, o preço do minério se recuperou e subiu mais de 60% ao longo do quarto trimestre, fechando o ano em US$ 144,50 por tonelada métrica. "Os resultados da operação vieram abaixo de todas as expectativas e devem ter um forte impacto negativo nas ações. Em função destes resultados e das novas expectativas para o grupo EBX, vamos rever nossas projeções para a MMX", disse a analista Silvia Zanotto, da Planner Corretora.
 
Segundo o analista Pedro Galdi, da SLW Corretora, o resultado evidencia que o futuro da companhia é negativo. "O resultado veio muito ruim. Mesmo. A companhia vendeu só 1,9 milhão de toneladas de minério no ano, o que é muito pouco", disse.

Galdi avalia que o principal problema da empresa é que, além de não estar conseguindo entregar bons resultados, ela está com custos cada vez maiores. "Isso não dará futuro para a companhia", afirmou.

No último mês, Eike selou um acordo com o BTG Pactual, do banqueiro André Esteves, que se comprometeu a abrir uma linha de crédito ilimitada, além de prestar "consultoria financeira estratégica" às empresas do grupo.
A parceria foi recebida pelos investidores como um "socorro privado" a Eike, que não teria mais condições de obter financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

O banco estatal aportou mais de R$ 8,1 bilhões nas empresas do grupo e tem participação na MMX, na MPX (energia), na CCX (carvão), na OGX (petróleo) e na SIX (de semicondutores). (Anderson Figo)
 

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por