Pelo segundo dia consecutivo, não houve filas de caminhões na Rodovia Cônego Domênico Rangoni, depois que a prefeitura do Guarujá (SP), em ação conjunta com a Polícia Rodoviária Estadual e a Ecovias, desencadeou uma operação para separar o tráfego de carretas, com o objetivo de evitar os congestionamentos observados nos últimos dias naquela estrada.
A operação, que começou neste domingo (24), consistiu em permitir que os caminhões graneleiros trafegassem pelo acostamento, enquanto as carretas carregadas com contêineres deveriam seguir pela faixa da direita, liberando as demais pistas para o tráfego de veículos leves. O gargalo ocorria na entrada para a Rua Idalino Pinês, conhecida como a Rua do Adubo, onde a confusão era generalizada, refletindo na movimentação de veículos da Piaçaguera-Guarujá.
De acordo com o gerente de Operações da Ecovias, Eduardo di Gregório, a expectativa agora é observar a movimentação a partir desta terça-feira, quando o volume de caminhões aumenta, tendo ainda um fator complicador, que é a proximidade com os feriados da Semana Santa, que sempre atraem turistas para Guarujá e Bertioga.
Na ação iniciada neste domingo, houve sincronia entre os Poderes públicos e os terminais marítimos e retroportuários instalados no Guarujá. Segundo a diretora de Trânsito da prefeitura, Quetlin Scalioni, a separação foi implementada para identificar melhor o tipo de veículo em excesso nos pátios. "Está sendo feito o agendamento dos descarregamentos", disse, lembrando que a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) tem colaborado com uma fiscalização maior.
Expectativa
O clima é de expectativa nesta terça-feira, tanto em relação aos congestionamentos da estrada, como à determinação judicial, uma vez que o juiz Ricardo Fernandes Pimenta Justo, da 1.ª Vara Cível do Guarujá, acatou proposta do Ministério Público Estadual (MPE) de responsabilizar a Santos Brasil, empresa arrendatária do Terminal de Contêineres (Tecon), pelos congestionamentos na Domênico Rangoni. A empresa foi acusada de usar a rodovia como área de estacionamento, prejudicando os demais usuários. A companhia pode ser punida com multa de R$ 50 mil por caminhão parado. A Santos Brasil prometeu entrar com recurso contra a liminar.
Nesta terça-feira, o presidente do Sindicato dos Despachantes Aduaneiros de São Paulo, Valdir Santos, defendeu a necessidade de medidas urgentes para reverter a situação caótica de congestionamentos e atrasos na carga e descarga de produtos no Porto de Santos, que está causando prejuízos aos exportadores e importadores e à economia do País. "Na cadeia logística, principalmente no transporte rodoviário, os prejuízos já ultrapassam os US$ 200 milhões", alertou.
Conforme Santos, o custo diário do aluguel de um cargueiro gira em torno de US$ 20 a 25 mil. "Quem sobrevoa a região do porto à noite chega a confundir os mais de cem navios atracados no porto e imediações com uma cidade de porte médio, tamanho o volume de luzes acesas no local. Essas embarcações aguardam há dias pela autorização para descarregar ou carregar mercadorias", completou, argumentando que todos esses entraves aumentam o custo-Brasil.
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