Ação da Usiminas sobe quase 40% com eleição

Mônica scaramuzzo e Fernanda Guimarães
Publicado em 14/03/2015 às 10:42.Atualizado em 18/11/2021 às 06:20.

As ações da Usiminas dispararam na sexta-feira (14), impulsionadas pela notícia de que o empresário Lírio Parisotto, um dos maiores investidores individuais do País e importante acionista minoritário da siderúrgica, passe a fazer parte do conselho de administração da companhia mineira. Os papéis ordinários (com direito a voto) encerraram o dia a R$ 13,49, com alta de 38,93%, já as ações preferenciais (sem direito a voto) subiram 4,52%, a R$ 4,86.

Na terça-feira, a L. Par, fundo gerido pela Geração Futuro, que reúne os recursos de Parisotto, encaminhou à Usiminas pedido de convocação de Assembleia Geral Extraordinária (AGE) para recompor o conselho de administração da siderúrgica, apurou o Estado com fontes a par do assunto.

O plano de Parisotto é se tornar conselheiro da Usiminas e indicar seu nome para a presidência do conselho, hoje ocupada por Paulo Penido, nome de confiança do Nippon, segundo fontes de mercado.

Enquanto os grupos Nippon Steel, do Japão, e a Ternium, subsidiária do grupo ítalo-argentino Techint, acionistas do bloco de controle da Usiminas, travam um embate público desde setembro passado, numa das maiores disputas societárias do País, Parisotto tem se articulado, nas últimas semanas, para recompor o conselho de administração da siderúrgica, que está com um assento a menos desde outubro passado, quando a Previ (fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil) vendeu suas ações para a Ternium.

De acordo com fontes ouvidas pelo Estado, o empresário conseguiu reunir 5% do capital social da companhia, unindo-se a outros investidores minoritários, para poder ter direito a convocar a assembleia. Parisotto foi mais ágil que o BTG, que também tem se movimentado nos últimos meses, com a compra de ações ordinárias da siderúrgica, na qual a instituição financeira é a única cotista, segundo apurou o Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado.

Com a briga entre os dois principais controladores, os minoritários começaram a ganhar força na companhia. "A briga entre Nippon e Ternium tem prejudicado o interesse principal da Usiminas. O movimento que se vê agora é dos minoritários tentando ganhar voz na empresa", disse uma outra fonte.

Em novembro passado, a CSN, maior acionista da siderúrgica fora do bloco de controle, ingressou com pleito na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), para que a autarquia reavaliasse a necessidade de que o grupo Ternium faça a oferta pública de aquisição (OPA), sob a argumentação de que houve troca de controle quando o grupo ingressou no capital da Usiminas no fim de 2011. O fundo de Parisotto seguiu a CSN e encaminhou à CVM uma manifestação apoiando o pedido da siderúrgica. Logo, sua ida para o conselho pode endossar o pleito de tag along.

Caso tenha sucesso, a CSN, assim como os demais acionistas, teriam direito a receber 80% do valor de R$ 36 que foi o valor pago por ação da Usiminas por Techint/Ternium à época da compra, o que para a CSN significaria R$ 1,7 bilhão.

Com a expectativa de ter direito ao tag along, investidores têm comprado as ações ON da companhia nos últimos meses. No período de um ano, Usiminas ON acumula ganhos de aproximadamente 70%.

Assembleia

Com a notificação feita pela L. Par na terça-feira, a expectativa é de que a convocação da assembleia seja feita até o dia 18 para que a reunião seja marcada para o dia 2 de abril. Originalmente, a reunião de renovação do conselho do grupo está marcada para o dia 28 de abril.

Atualmente, a Usiminas possui nove conselheiros: Nippon e Ternium têm três indicados cada, um é representante dos empregados, um da Previdência Usiminas e um representante dos minoritários, indicado pela L Par. A CSN) teve seus direitos políticos na empresa cassados pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).


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