Alemanha muda foco do debate antes de encontro

Agência Estado
17/10/2012 às 19:42.
Atualizado em 21/11/2021 às 17:19

Enquanto líderes europeus se preparam para a cúpula de dois dias nesta quinta e sexta-feira em Bruxelas, a Alemanha resistiu, nesta quarta-feira, aos pedidos de alguns países para estabelecer rapidamente um supervisor bancário único até o final do ano. Em vez disso, o país tentou mudar o foco da discussão uma maior integração do bloco.

Enquanto os mercados financeiros estão ansiosos para saber se a Europa vai conceder à Grécia outra prorrogação para a implantação de seu plano de austeridade e se a Espanha vai pedir ajuda para seus bancos endividados ao novo fundo de resgate da zona do euro, o Mecanismo de Estabilidade Europeu (ESM, na sigla em inglês), um graduado auxiliar da chanceler alemã, Angela Merkel, disse aos jornalistas que a questão da Grécia deve ser discutida apenas à margem do encontro e minimizou os rumores de que a Alemanha estaria tentando evitar que a Espanha peça ajuda.

Em vez disso, a Alemanha planeja colocar a integração da Europa no topo da agenda da cúpula. "No que diz respeito à coordenação da política econômica, é importante para nós darmos uma passo decisivo para frente", disse a fonte.

A Alemanha não está com pressa para estabelecer um supervisor bancário comum para a Europa, dizem analistas, porque Berlim teme que, assim que o organismo for estabelecido, países de toda a zona do euro comecem a pedir ajuda para recapitalizar seus bancos.

Berlim teme que se a Espanha pedir ajuda ao ESM para recapitalizar seus bancos e pedir ao Banco Central Europeu (BCE) que compre bônus do governo, os mercados financeiros voltem suas atenções para a Itália, colocando uma pressão enorme sobre a zona do euro. Mas outros países, como França e Itália, querem que o supervisor bancário seja estabelecido, de forma a iniciar o resgate aos bancos enfraquecidos.

Antes de um encontro com o primeiro-ministro da Suécia, Fredrik Reinfeldt, Merkel destacou que "a qualidade deve vir antes da velocidade" quando se trata do estabelecimento do supervisor bancário. Reinfeldt, que é aliado de Merkel, disse, de forma direta, que as propostas europeias para um supervisor bancário ainda não estão prontas para que uma decisão seja tomada.

O auxiliar de Merkel, que falou em condição de anonimato, contestou a afirmação de que os líderes europeus haviam concordado, em junho, em estabelecer o supervisor até janeiro e disse que o prazo não é realista. "Estas discussões estão apenas começando", disse a fonte, referindo-se à supervisão bancária. "Em nossa opinião, ainda não chegamos ao momento em que os chefes de governos podem tomar alguma decisão." As informações são da Dow Jones.
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