Alta da soja estimula ampliação da área plantada em Minas

Iêva Tatiana - Hoje em Dia
Publicado em 04/08/2012 às 09:02.Atualizado em 22/11/2021 às 00:09.

A cotação internacional da soja disparou em julho. Com estoques significativamente reduzidos em todo o mundo, em função do período de estiagem registrado no início do ano, a soja atingiu valor recorde, fechando em R$ 60,90 em média a saca, frente aos RS 49,00 da safra anterior.

De acordo com o superintendente de Política e Economia Agrícola da Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), João Ricardo Albanez, a seca prejudicou a produção da commodity no Brasil, na Argentina e nos Estados Unidos, os três principais produtores.

“Começamos o ano com o estoque mundial de soja para 80 dias. O menor nível de que se tem notícia foi de 72 dias, muito próximo do atual, e isso acarretou um crescimento expressivo dos preços”, observa Albanez.

A cotação do milho sofreu redução, passando de R$ 30,30 para R$ 27,50 a saca, mas, segundo o superintendente, a média ainda é positiva. Em 2010, a saca esteve cotada a R$ 21,50.

“Temos que levar em consideração que a produtividade do milho é o dobro da soja. Mas, ela também diminuiu. O estoque inicial de 2012 foi de 62 dias. Em 2000, era de 100 dias”, relata.

Com a valorização dos grãos, Albanez acredita que, em 2013, haja mais investimentos em tecnologia para plantio, o que alimenta a expectativa de uma produção histórica no país. “No ano passado, exportamos seis milhões de sacas de milho. No ano que vem, esperamos chegar a 13 milhões, mais do que o dobro”, aponta.

Para o representante da Seapa, o momento é positivo para os agricultores e os mineiros podem aproveitar a situação para ampliar a produção estadual. “Temos uma enorme área de pastagem que poderia ser recuperada para o plantio de milho e soja. Os produtores receberiam benefícios pela recuperação dos pastos e a colheita seria maior”, sugere Albanez.

Prejuízo na pecuária

Mas, se por um lado a elevação dos preços das commodities foi positiva para o setor, por outro foi prejudicial àqueles que dependem da matéria-prima para produzir a ração dos animais de corte e dos produtores de leite. Os pecuaristas sofreram o impacto direto do encarecimento da soja e do milho, desencadeando aumentos no preço da carne de suínos e de aves.

“O gasto maior dos pecuaristas é com os insumos e eles ficaram mais caros. É uma reação em cadeia. À medida que o preço das commodities aumenta no mercado internacional, os países com menos infraestrutura sofrem mais com o encarecimento dos alimentos”, argumenta o superintendente.

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