Anglo American quer dobrar produção de fosfato em Goiás

Tatiana Moraes - Hoje em Dia
16/05/2013 às 06:49.
Atualizado em 21/11/2021 às 03:43

SÃO PAULO - A Anglo American quer dobrar a produção da mina de fosfato, no município de Ouvidor, em Goiás, que atualmente produz 1,3 milhão de toneladas de rocha fosfática. A informação é do diretor comercial de Supply Chain da empresa, Marcos Stelzer. “Ainda estamos estudando essa ampliação. Como já temos produção no local, o investimento não será tão alto quanto seria se fosse feito por concorrentes”, afirmou.

A empresa está de olho na expansão da produção agrícola brasileira, que vai crescer acima da média mundial até 2017. Ancorada no tripé “água, área e clima”, características favoráveis ao país, a colheita da cana-de-açúcar, por exemplo, será sete vezes superior à registrada no restante do mundo, segundo dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Para garantir o aumento da produção, investimentos em fosfato - aliado ao potássio e ao nitrogênio, forma o fertilizante - são necessários para o Brasil.

Em análise

Se o projeto for aprovado (ele está em análise pela companhia), o início da expansão está previsto para 2017. O valor do aporte não foi informado. A vida útil da mina, de mais 40 anos, e o alto teor de fosfato, estão entre as características que tornam a ampliação viável, conforme afirma Stelzer.

“Por um momento, no passado, a Anglo American decidiu colocar à venda o negócio de fosfato, que já tem 30 anos. Foram dois anos sendo bombardeados por bancos e consultorias. Foi muito bom, porque a Anglo percebeu que o negócio é bom. Hoje, ele é muito mais importante do que foi no passado“, comenta.

Além disso, de acordo com ele, a cadeia de alimentos oferece diversificação de mercado. “Quando tem crise em uma commodity, compensamos com outra“, completa o diretor de supply chain da Anglo American

Demanda

A aceleração da produção agrícola brasileira também aponta para a crescente demanda da utilização de fertilizantes. Segundo pesquisa da OCDE, entre 2000 e 2012 a demanda de fertilizantes no Brasil cresceu 4%. Até 2017, a previsão é a de que haja alta de mais 5%.

Entre 2012 e 2017, a pesquisa aponta que haverá crescimento de 3% na produção da soja no Brasil, contra 2% no mundo. O milho será de 2% no Brasil, o dobro do espero para os demais países, 1%.

O aumento na demanda do consumo dos alimentos está diretamente relacionado à elevação do poder aquisitivo da população. Por outro lado, a redução na área disponível para plantio no mundo, devido ao crescimento das áreas urbanas, amplia a necessidade do uso dos fertilizantes. “A produtividade do agricultor é muito maior ao utilizar o fertilizante”, diz Steltzer.

(*)A repórter viajou a convite da Anglo American

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