Ao completar 50 anos, Usiminas luta para sair do vermelho

Bruno Porto - Do Hoje em Dia
02/11/2012 às 07:58.
Atualizado em 21/11/2021 às 17:48

(Arquivo Hoje em Dia)

No ano de seu cinquentenário, a Usiminas tem pouco a comemorar. No caminho de registrar um dos piores resultados financeiros de sua história, a companhia, além de acumular no ano um prejuízo líquido de R$ 248 milhões, também tem dificuldades para reduzir seu endividamento, perde valor no mercado de capitais e tem geração de caixa que não empolga os analistas. Do plano antigo de internacionalização da empresa, o que se vê até agora é a eleição de um presidente argentino.   O ano de 2008 foi um marco negativo para a companhia. Até então era considerada a mais lucrativa e sólida siderúrgica do país. De lá para cá, nunca voltou a ser a mesma. “Em 2008, a crise causou estragos na siderurgia. O que a aconteceu de diferente na Usiminas, é que entrou na crise durante um processo de mudança no modelo de gestão e estava mais exposta por não ter uma grande produção de minério”, disse o especialista e consultor do setor, Otto Andrade.   Os próprios executivos da siderúrgica mineira são cautelosos ao comentar as previsões de melhores resultados. “Não vejo 2013 tão favorável como alguns acreditam. O grosso do nosso esforço para redução de custo já foi feito, e isso vai começar a aparecer no resultado financeiro, mas de forma gradual”, disse o vice-presidente de Finanças, Ronald Seckelmann, ontem durante conferência com analistas de mercado.   Corte de custos   Entre os esforços para reduzir os custos destaca-se a redução em R$ 1,5 bilhão do capital de giro entre o último trimestre de 2011 e o terceiro trimestre do ano em curso e o aumento de 12% na produtividade do lingotamento contínuo. A Usiminas também confia no resultado de um ciclo de investimento de R$ 11 bilhões, realizados nos últimos cinco anos em diferentes projetos, para ganhar competitividade.    O foco principal da empresa agora é atingir a autossuficiência em minério de ferro. Cada vez mais estratégica, a mineração é o ponto fraco da empresa. Embora tenha anunciado aportes de R$ 600 milhões para atingir uma produção de 12 milhões de toneladas de minério de ferro, a empresa concorre com a CSN, que além de produzir aço é a segunda maior mineradora do país.   Com minério a preço de custo, a CSN consegue colocar um aço mais competitivo no mercado e tem negócios mais rentáveis. A margem EBTIDA (indicador de eficiência) para a Usiminas no negócio aço é de 2% enquanto a CSN trabalha com 19%. A CSN divulgou o balanço financeiro ontem, com lucro líquido de R$ 159 milhões no terceiro trimestre. No mesmo período a Usiminas contabilizou prejuízo de R$ 125 milhões. 

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