A mineradora Samarco aceitou a proposta dos sindicatos para lançar um Plano de Demissão Voluntária (PDV), depois que o gerente geral de Estratégia, Alexandre Souto, afirmou que a empresa demitiria até 40% do seu quadro de funcionários, até o final do ano. O anúncio da empresa, que é propriedade da Vale e da anglo-australiana BHP Billiton, aconteceu na última sexta-feira. A medida vem sete meses depois da tragédia ocorrida em 5 de novembro do ano passado, quando o rompimento da Barragem de Fundão, na região de Mariana (MG), deixou 19 mortos, centenas de desabrigados e praticamente extinguiu o Rio Doce. Esse foi o maior acidente ambiental da história do Brasil.  

Desde a tragédia, a Samarco tem tomado algumas medidas para reduzir o impacto na vida de seus cerca de 3 mil funcionários. Foram dadas férias coletivas, licenças remuneradas e dois períodos de lay off (suspensão temporária do contrato de trabalho com remuneração), mas como não há previsão de retorno das operações, a empresa alega que se viu obrigada a reduzir o quadro para não fechar as portas de vez. O PDV, então, foi sugerido pelos sindicatos e aceito pela Samarco. 

De acordo com o secretário do sindicato Metabase, de Mariana,  Ronilton de Castro Condessa, uma outra reunião acontecerá para detalhar o PDV. “Vamos nos reunir na próxima quarta-feira, para definir os critérios adotados para as demissões”, disse. 

Ainda assim, a expectativa é de retomar a operação ainda neste ano, com 60 por cento da sua capacidade. O que impede que isso aconteça até agora é a obtenção de licenças ambientais. 

Segundo a assessoria de imprensa, se o PDV não for suficiente para demitir os 40% dos funcionários, a empresa terá que demitir nos moldes normais. 

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