Aposta no 'Dia da Mães': com lojas abertas, empresários de BH enxergam na data o início da retomada

André Santos
andre.vieira@hojeemdia.com.br
27/04/2021 às 19:27.
Atualizado em 05/12/2021 às 04:47

(Fernando Michel)

Os lojistas de Belo Horizonte apostam alto no Dias das Mães (8 de maio) para diminuir os prejuízos causados pela interrupção das atividades econômicas em razão da pandemia da Covid-19 – sobretudo a última, que durou 46 dias, entre março e abril – e iniciar a “retomada” do comércio da capital. 

É o que mostra pesquisa divulgada ontem pela Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL-BH). A previsão é de que as vendas para a data, a segunda melhor de vendas para o varejo, perdendo para o Natal, injetem R$ 1,97 bilhão no segmento local. A estimativa se ampara, entre outros motivos, no fato de as lojas estarem abertas às vésperas da celebração, ao contrário do Dia das Mães de 2020.

Entrevistas

Para mapear as expectativas do comércio, a CDL-BH entrevistou 304 lojistas na capital e uma das projeções foi de que itens de vestuário sejam os campeões de venda (opinião de 56,6% dos comerciantes). A lista segue com calçados, com 13,8% dos palpites, e perfumes (para 7,9%).

Os empresários projetam ainda que os consumidores gastem, em média, R$ 122,82 no presente. Para o presidente da CDL-BH, Marcelo Souza e Silva, todos esses números comprovam a esperança de reaquecimento de um setor que não suporta mais prejuízos. “Apesar de todos os desafios, devemos seguir confiantes na retomada da economia. Principalmente por conta do apelo emocional que a data tem”, destaca Souza e Silva.

O otimismo também se justifica frente aos resultado varejo no Dia das Mães de 2020. Convivendo com a primeira onda da pandemia, e com o comércio fechado nos dias que antecederam a data, as vendas chegaram a R$ 1,57 bilhão, 40% menores que em 2019. Mesmo de portas abertas neste ano, a crise econômica deve impactar o balanço deste ano. Tudo indica que as cifras sejam melhores que as de 2020, mas menores que as do ano anterior – quando o comércio movimentou R$ 2,18 bi em BH. 

Para o economista Felipe Leroy, do Ibmec, a queda a razão da queda reside no menor poder aquisitivo das famílias: ”Mesmo com o novo auxílio-emergencial, a crise está mais aguda e isso diminui as vendas. Ainda é um tempo em que as pessoas estão mais seletivas para comprar, cortando todo o supérfluo”.

Estoques

Com expectativas em alta, comerciantes intensificam preparativos para receber clientes e tentar diminuir estoques acumulados. Dona de uma das mais tradicionais lojas de vestuário feminino na capital – a Betina Modas, aberta há 60 anos –, Andréia Farah espera aumentar as vendas em 40% na comparação com 2020, quando teve que investir no on-line para garantir faturamento. 

“A venda presencial é muito mais motivadora, tanto para o cliente quanto para os vendedores. Não só pelas opções, mas pela experiência, que acaba nos dando a oportunidade de fidelizar os clientes”, enfatiza a lojista.

A mesma visão tem a lojista Karla Mendonça, que gerencia uma loja de sapatos no Carlos Prates, Noroeste de BH. Como estímulo ao consumidor para ir ao estabelecimento, “com toda a segurança”, ela aposta, sobretudo, no apelo emocional da data. “Todo mundo quer dar um afago à mãe”, acredita.

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