Aquecimento lento da economia brasileira é freio para alta de juros no país

Rafael Sânzio - Hoje em Dia
Publicado em 13/04/2013 às 07:57.Atualizado em 21/11/2021 às 02:47.

A lenta retomada do crescimento no primeiro trimestre de 2013, conforme apontou o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), divulgado na sexta-feira (13), trouxe uma nova variável para a reunião da semana que vem do Comitê de Política Monetária (Copom) que decidirá sobre a taxa básica de juros (Selic), hoje em 7,25% ao ano – a menor da história.

Com a atividade em banho-maria, é provável que o Copom adie a elevação dos juros, frustrando o mercado financeiro e os economistas mais ortodoxos, que clamam pela elevação da Selic para conter a inflação acima da meta, ainda que tal medida resulte em uma paralisação de investimentos e desemprego.

O IBC-Br é um índice calculado pelo Banco Central que tenta antecipar o comportamento do Produto Interno Bruto (PIB), divulgado trimestralmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em fevereiro, o indicador apontou um recuo de 0,52% no nível de atividade em relação a janeiro, que teve alta de 1,43% ante dezembro.

Com isso, de acordo com cálculos dos analistas do mercado, o PIB do primeiro trimestre deve ser de 1% no confronto com os últimos três meses de 2012. Se o ritmo for mantido, a marca de crescimento da economia perto de 3,5% em 2013, conforme prevê o ministro da Fazenda, Guido Mantega, seria factível.

Mas, para isso acontecer, a alta dos juros não poderia ser precipitada, o que assustaria os empresários e levaria à postergação dos investimentos.


Julho

Não por acaso, na sexta-feira (12) os economistas da agência classificadora de risco Austin Rating cravaram que o IBC-Br fraco de fevereiro deve fazer o Copom elevar a Selic apenas em julho. Conforme os economistas da Austin, ainda há necessidade da consolidação do crescimento no primeiro semestre de 2013.

Contudo, como a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) já superou o teto da meta do BC de 6,5% no acumulado de 12 meses em março, atingindo 6,59%, e não dá sinais de arrefecimento, a expectativa é de que o ajuste nos juros será inevitável. Pelas projeções da Austin, a Selic encerrará o ano em 8,25%, o que representará uma taxa real de juros – descontada a inflação – de 2,8%.

Na sexta-feira (12), Mantega e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, sinalizaram para o mercado que o governo não será leniente com a inflação. De fato, com o dragão não se brinca. A inflação já começou a causar estragos na vida das pessoas: houve queda nas vendas dos supermercados em fevereiro e o Índice de Preços ao Consumidor da Terceira Idade (IPC-3i) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) subiu 1,82% no primeiro trimestre, ante 1,59% no quarto trimestre de 2012.

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