Din-din da folia

Artesãos, costureiras e comerciantes já sentem o caixa engordar com Carnaval

Janaína Fonseca
jmaria@hojeemdia.com.br
Publicado em 26/01/2023 às 10:00.
Daniela e Fabiana tiveram que estender o horário de trabalho para dar conta das encomendas dos adornos para blocos e foliões (LUCAS PRATES)

Daniela e Fabiana tiveram que estender o horário de trabalho para dar conta das encomendas dos adornos para blocos e foliões (LUCAS PRATES)

Belo Horizonte já está em ritmo de Carnaval. Vários blocos realizam ensaios abertos para os foliões e o calendário oficial da festa começa em 4 de fevereiro. E nesse frisson para o evento que deve arrastar 5 milhões de pessoas pelas ruas da cidade – sendo 250 mil turistas –, tem muita gente aproveitando para começar o ano com o faturamento aquecido.

Mergulhadas em meio a penas de ganso, plumas e paetês, as sócias Fabiana da Silva e Daniela Nogueira tiveram que ampliar o horário de trabalho para dar conta das encomendas de adornos para cabeça. Artesã e figurinista, respectivamente, elas registram um aumento de 200% na procura pelos acessórios em relação a 2020 – último ano de folia na capital mineira antes da pandemia.

Com peças diferenciadas, cheias de criatividade, cor, brilho e glamour elas conquistaram clientes foliãs e integrantes de blocos que vão desfilar na Festa de Momo de BH. “Nos anos anteriores, a gente procurava os blocos para oferecer nosso produto. Neste ano, eles vieram até nós para fazermos os adornos dos integrantes e ainda nos convidaram para participar dos ensaios e divulgar e vender nossas peças”, conta Fabiana. Um deles é o Bloco Putz Grilla, onde Fabiana também toca.

E os adornos de cabeça e brincos feitos pela dupla não ficam apenas na capital mineira. Fabiana diz que já recebeu encomendas de Pernambuco – onde o Carnaval de Olinda é um dos mais tradicionais do país – e de cidades do interior mineiro.

Sem contar com os pedidos pelo Instagram da empresa das meninas – Vamos a Bailar Ateliê. Lá, há modelos para todos os gostos e tipos de eventos carnavalescos. Mas quem quiser um acessório personalizado é só marcar um horário, contar o que deseja e elas transformam as ideias em peça exclusiva.

Fornecedores
E se artesãos e costureiras estão com a produção em ritmo acelerado, as lojas que fornecem a matéria-prima também seguem no mesmo embalo. No Ponto do Artesão, na Galeria do Ouvidor, o atendimento a blocos e escolas de samba já aconteceu. Agora, as vendedoras estão à espera de um número cada vez maior de profissionais e foliões em busca de tules, tecidos, penas e plumas.

A gerente da loja, Natália Pereira, diz que os consumidores estão exigentes e pesquisando muito os preços antes de efetuar a compra. A expectativa, segundo ela, é a de que o movimento de foliões se intensifique com a chegada de fevereiro.

E se os preços têm preocupado os consumidores, o esforço dos lojistas é para evitar ao máximo que os produtos fiquem mais caros. Em algumas situações não tem jeito, diz Mateus Felipe, da Casa Carnaval. É o caso dos arcos enfeitados que estão 10% mais caros em relação a 2020. “Por outro lado, conseguimos manter o valor das saias de tule e máscaras”, afirma.

“O setor de comércio e serviços é um dos mais beneficiados pelo Carnaval. A movimentação de turistas e dos próprios moradores agita a atividade em lojas, bares e restaurantes. Centros comerciais como Galeria Ouvidor, Barro Preto e Hipercentro são especialmente beneficiados por reunirem lojas de adereços e matérias-primas para fantasias”, afirma o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), Marcelo de Souza e Silva.

O vinil holográfico tem sido um dos tecidos mais buscados para a folia, conta Jéssica Nadu (Maurício Vieira)

O vinil holográfico tem sido um dos tecidos mais buscados para a folia, conta Jéssica Nadu (Maurício Vieira)

Queridinhos

Nos acessórios produzidos por Fabiana e Daniela, o arco-íris é a sensação, temática também muito buscada nos tecidos para confecção de camisetas, lenços, bandanas ou bandeiras.

Mas, segundo a gerente da Confetti Tecidos, Jéssica Nadu, o queridinho tem sido o vinil holográfico. O tecido é leve, maleável e com muito brilho, conquistando quem quer ir para a festa com estilo e vestido para chamar a atenção. “Já estamos ficando sem opções de cores. Quem deixar para a última hora não vai encontrar”, alerta Jéssica.

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