Às vésperas do Natal, indústria mineira corta empregos

Janaína Oliveira - Hoje em Dia
13/11/2013 às 07:53.
Atualizado em 20/11/2021 às 14:07
 (Carlos Roberto)

(Carlos Roberto)

O número de empregados na indústria mineira diminuiu 1,2% em setembro na comparação com igual mês no ano passado, segundo a Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (Pimes), divulgada na terça-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi o quarto resultado negativo consecutivo no estado e o 24º para o Brasil nessa base de comparação. No país, a retração no mês foi de 1,4%, a mais intensa desde setembro de 2012, quando atingiu -1,9%.

No acumulado em 12 meses, o levantamento apontou uma ligeira redução de 0,2% no emprego nos parques industriais de Minas, ante uma queda de 1% no país. Das 14 regiões pesquisadas, somente Santa Catarina (0,8%), Paraná (0,6%) e Norte e Centro-Oeste (0,2%) não apresentaram diminuição da ocupação na indústria no período. Em 2013, o número de trabalhadores na indústria caiu 0,3% em Minas e 0,9%, na média

Tendência

“Como já estamos quase no final do ano, a análise dos últimos 12 meses nos dá uma indicação de tendência. E essa tendência é a de qu[/LEAD]e vamos encerrar 2013 com queda no emprego em Minas e no Brasil, embora os indicadores do país estejam ainda piores”, afirmou o economista e analista do IBGE em Minas, Antonio Braz.

Conforme ele, o corte nos postos de trabalho foi mais rápido do que se previa. “Esperávamos que a redução da ocupação viria só em dezembro e não se acentuasse justamente no momento em que a indústria mais contrata para atender às encomendas de Natal”, disse Braz.

Para o coordenador de Indústria do IBGE, AndréMacedo, é evidente que o setor industrial no país não caminha muito bem. “Há mudança de patamar para o emprego dentro da indústria. Algo que mostrava certa estabilidade agora tem claro viés de queda”, ressaltou Macedo.

Poucos segmentos conseguiram evitar cortes

Colaboraram para o encolhimento do emprego em Minas setores como os de máquinas e equipamentos, com queda no contingente de trabalhadores há 15 meses; vestuário, com cortes há 17 meses; e têxtil e madeira, segmentos que completam dois anos de eliminação de vagas. Alimentos e bebidas também destacam-se, com resultados negativos há 11 meses, segundo o analista do IBGE em Minas, Antonio Braz.

“Por outro lado, seguraram os índices a industria extrativa mineral, que apresenta indicadores positivos embora cada vez menores, papel e gráfica, minerais não-metálicos e fabricação de meios de transporte”, informou.

Para o presidente do Conselho de Relações do Trabalho da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Osmani Teixeira de Abreu, o quadro não chega a ser alarmante, mas mostra que “o mar de rosas já passou”. “O cenário de produção fraca, juros altos, encargos trabalhistas e impostos elevados, estoque alto e baixa demanda, infelizmente, acaba em demissões”, comentou.

A concorrência com importados e os aumentos de salários acima da produtividade também foram citados por Osmani. De acordo com o IBGE, o número de horas pagas em Minas apresentou quedas de 2,4% na comparação mensal e 0,3% no resultado acumulado nos 12 meses. 

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