Assédio moral ou sexual é o que mais 'expulsa' mulheres de uma empresa
Questionadas sobre medidas práticas no 8 de março, entrevistadas apontaram programas de aceleração de carreira e conscientização dos homens sobre comportamentos de invalidação

Os principais fatores que levam uma mulher a sair de uma empresa são assédio moral ou sexual (47%) e ambiente de trabalho ruim (39%). Em seguida surge a falta de oportunidades de crescimento ou promoção (26%), seguido por problemas com a chefia direta (20%) e falta de flexibilidade, com regras rígidas de horário e presença física (19%).
Os dados são da pesquisa “Mulheres nas empresas: o que querem da carreira e da vida pessoal”, feita pela Todas Group e pela Nexus, especializada em Pesquisa e Inteligência de Dados.
Foram ouvidas 1.203 mulheres que atuam em grandes empresas e multinacionais. A coleta de dados foi realizada de 24 a 26 de fevereiro. A pesquisa foi conduzida também por meio online, com disparos para a base de 25 mil mulheres que fazem parte da Todas Group, especializada em capacitação de mulheres nas empresas latino-americanas. As respostas foram voluntárias e apenas as mulheres que autorizaram tiveram seus dados utilizados.
Questionadas sobre medidas fundamentais que as empresas poderiam implementar, 20% das entrevistadas apontaram programas de aceleração de carreira. Outras 18% escolheriam flexibilização da jornada de trabalho e 13% indicaram conscientização dos homens sobre comportamentos de invalidação de mulheres.
“A pesquisa revela tanto desafios enfrentados para as mulheres em suas carreiras quanto suas prioridades no ambiente de trabalho, desde o fortalecimento das lideranças femininas até o equilíbrio com outras áreas da vida, incluindo a maternidade”, pondera Dhafyni Mendes, cofundadora da Todas Group. “A conscientização masculina sobre temas como carga mental e reconhecimento profissional das mulheres são fatores-chave para promoção de maior equidade nas empresas”, observa.
8 em cada 10 mulheres afirmam enfrentar barreiras para crescer na carreira
A pesquisa da Todas Group e da Nexus revela ainda que 8 em cada 10 mulheres (83%) disseram ter enfrentado barreiras para crescer na carreira, sendo que 38% apontaram muitos entraves. Para CEOS, presidentes, vices e sócias, o indicador de muitas dificuldades chega a 48%.
A grande maioria (71%) sente que o desempenho não é tão reconhecido como o dos homens, sendo que 12% dizem ter de se esforçar muito mais; 24% dizem que homens são mais valorizados e promovidos mais rapidamente e 35% apontam diferenças sutis no tratamento. Já 23% acham que o reconhecimento é igual e 6% não souberam responder. Entre as diretoras ou heads de área, 17% disseram que têm de se esforçar muito mais.
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