Aumenta interesse de brasileiros por imóveis na Europa

Janaína Oliveira - Hoje em Dia
Publicado em 20/04/2014 às 07:30.Atualizado em 18/11/2021 às 02:12.
Brasileiros abastados que desejam ter um imóvel no exterior já não estão limitados às ofertas nos Estados Unidos, onde a queridinha Miami ainda reina como destino preferido dos investimentos. Com a queda dos preços de casas e apartamentos na Europa, cidades do Velho Continente entraram no radar de quem busca uma casa para chamar de sua fora do país. 
 
Dados do Banco Central mostram que a soma do valor de imóveis adquiridos por brasileiros no exterior saltou de US$ 3,6 bilhões, em 2011, para US$ 4,6 bilhões em 2012, crescimento de 28% (último dado disponível). 
 
Com 30% do total dos investimentos, os Estados Unidos lideram o ranking das compras. Mas a Europa vem, a cada dia mais, conquistando os brasileiros da parte de cima da pirâmide social. Em 2012, na comparação com o ano anterior, a parcela da França subiu de 10,6% para 12,3%, alcançando o montante de US$ 569 milhões. Por lá, os imóveis ficaram 1,5% mais baratos em 2013, de acordo com levantamento da revista The Economist. 
 
Portugal e Espanha também aparecem entre os destinos favoritos para o segundo (ou terceiro) lar. Em 2012, os brasileiros adquiriram imóveis nesses países que totalizaram investimentos de US$ 252 milhões e US$ 243 milhões respectivamente. Na Itália, foram gastos US$ 218 milhões.
 
O BC ainda não divulgou informações de 2013. Mas profissionais do ramo imobiliário garantem que houve crescimento forte dos negócios no ano passado e já verificam manutenção da tendência neste ano. 
 
“O mercado europeu está cada vez mais atraente para quem quer investir em imóveis. A baixa dos preços de casas e apartamentos nos últimos três anos, a segurança das cidades, belezas naturais e históricas estão entre os principais motivos para compra”, diz o diretor da RE/MAX em Minas Gerais, Pedro Pote.
 
Segundo o executivo da RE/MAX, empresa que atua em 97 países e chegou ao Brasil em 2009 e a Minas em 2012, os investidores que escolhem Portugal contam ainda com um incentivo diferenciado, o programa Golden Visa. 
 
O sistema foi lançado pelo governo português como uma “autorização de residência não habitual” para entrada e permanência no país. Criado há um ano, o mecanismo já movimentou € 312 milhões em compra de imóveis, conforme informações do Consulado Português. 
 
Nesse caso, é necessário realizar investimentos a partir de € 500 mil para ter acesso ao visto. Entre as vantagens dessa autorização, Pedro Pote destaca a facilidade de trânsito e acesso a Portugal e a outros países da União Europeia que fazem parte do Acordo Schengen, como Alemanha, França, Grécia, Itália e Espanha. Os benefícios também são estendidos aos familiares dos investidores.

Apartamento com vista para o mar por € 200 mil
 
Enquanto o Brasil registrou a segunda maior alta no preço de imóveis residenciais no ano passado, em uma lista de mais de 20 países monitorados pela revista The Economist, o valor médio da moradia na Espanha caiu 5,3%. 
 
“A queda nos valores na Europa é uma grande oportunidade. Na Espanha, um dos países que mais sentiram a crise, é possível comprar um apartamento standard com vista para o mar, fora dos grandes centros, por € 200 mil. Como há muita oferta de casas e apartamentos parados, o preço caiu e está muito convidativo”, afirma o diretor da RE/MAX no Estado, Pedro Pote.
 
Também é possível fechar um negócio da China em solo lusitano. Recentemente, o empresário vendeu a um brasileiro um apartamento na região conhecida como Avenidas Novas, próximo à Praça da Espanha e ao shopping El Corte Inglés, por R$ 600 mil. “Não está difícil fincar um pezinho lá fora”, brinca.
 
Foi o que fez o médico português radicado em Belo Horizonte há 33 anos, Mário Viegas Castro. “Juntei o útil ao agradável”, diz ele, que comprou um quarto e sala por € 135 mil no Centro de Lisboa. Entre seus vizinhos, terá uma amiga brasileira, que acaba de assinar a compra de um apartamento na mesma rua. 
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