Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) subiu a taxa de juros básicos da economia, a Selic, para 12,25% ao ano. O aumento em 1 ponto percentual surpreendeu o mercado financeiro, que esperava uma elevação de 0,75. Alta recente do dólar e as incertezas em torno da inflação e da economia global motivaram a decisão, que foi criticada pelo setor de comércio e serviços.
Para a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), o reajuste pode refletir no desempenho econômico e limitar a expansão de investimentos. A entidade reforçou que é necessário um controle dos gastos públicos.
"A última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em 2024, trouxe um novo aumento da taxa Selic. A notícia não foi bem recebida pelo setor de comércio e serviços da capital mineira. Para a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), o terceiro aumento consecutivo da taxa básica de juros do país traz preocupação para a continuidade do bom desempenho da economia", informou nota enviada pela CDL.
Para a CDL, o aumento da taxa Selic restringe o crédito e reduz o poder de compra dos consumidores. “Pode levar a uma queda nas vendas no varejo e em serviços relacionados. Para as empresas, especialmente aquelas que dependem de financiamentos para expansão ou operações, o custo elevado do crédito pode limitar investimentos e aumentar os preços dos produtos e serviços para cobrir despesas adicionais, agravando a desaceleração da demanda ", analisa o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva.
Na perspectiva do dirigente, ainda que o aumento seja uma ação para conter o avanço da inflação de demanda e que o atual cenário econômico peça por uma política monetária contracionista, o bom desempenho que o país vem apresentando, como crescimento do PIB e queda do desemprego, não podem ser freados pela Selic e prejudicar resultados positivos já alcançados.
O presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de Minas Gerais (FCDL-MG), Frank Sinatra, também avaliou como negativa a decisão do Copom. "A Selic em alta freia o ritmo dos negócios, reduz a propensão ao consumo e nos deixa cautelosos. E é assim que temos vivido nos últimos meses, com esses sucessivos aumentos da taxa de juros. O varejo clama por uma melhora no cenário macroeconômico. A despeito dos bons indicadores de emprego, as demais variáveis estão penalizando a todos. Temos que encontrar o equilíbrio imediatamente. Espero que o apelo emocional do Natal seja forte o suficiente para nos surpreender neste final de ano"
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