A tarifa de energia dos clientes da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) ficar mais cara a partir de hoje. De novo. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou, nesta terça-feira (7), reajuste de 5,93% para os consumidores residenciais e de 8,12% para as indústrias, uma média de 7,07%. Somada aos demais aumentos deste ano, a elevação chega a 49% para as residências e 73% para as indústrias, na comparação com 2014, segundo levantamento exclusivo realizado para o Hoje em Dia pela TR Soluções, desenvolvedora de sistemas para o setor elétrico.
De acordo com o presidente do Conselho de Política Industrial da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Lincoln Fernandes, a alta de 73% da tarifa no somatório do ano para a indústria vai contribuir para piorar ainda mais o cenário da indústria mineira, que deve encerrar o ano com queda de 5% na comparação com o 2014.
“Já tentamos conversar com o governo, mas parece que não há negociação. Enquanto isso, a indústria segue tendo prejuízo, demitindo, reduzindo a massa salarial e a produtividade”, afirma.
O proprietário da Delp, fabricante de bens de capital, Humberto Zica, também criticou o aumento. “Na atual conjuntura econômica, qualquer aumento de custo é ameaçador”, afirma.
Periodicidade
O reajuste, realizado anualmente, teve o objetivo de repassar o que a distribuidora gastou entre abril de 2014 e março deste ano, conforme determina o regulamento do setor energético.
São levados em consideração os custos gerenciáveis e os não-gerenciáveis, sendo que os últimos representaram 72,63% dos custos da Cemig nos últimos 12 meses.
É onde entram encargos setoriais, como a cotação da moeda norte-americana. Os gerenciáveis são gastos como manutenção e despesa de capital, por exemplo.
Dessa forma, se a distribuidora estimou que gastaria um valor na compra de energia e o dólar subiu, o aporte necessário acaba sendo maior. Como reflexo, a conta de luz é impactada.
Somatório
Neste ano, a conta também foi impactada pela implementação do regime de bandeiras tarifárias, que antecipa o repasse dos custos extras com geração térmica, mais cara, a partir de 1º de janeiro, e da Revisão Tarifária Extraordinária (RTE), que começou a valer em 2 de março.
Na mesma data, aliás, o governo aumentou em 83% o valor da bandeira vermelha e em 66,7% a bandeira amarela.