Autopeças quer incentivo para conter avanço de importados

Bruno Porto - Do Hoje em Dia
11/11/2012 às 08:24.
Atualizado em 21/11/2021 às 18:05
 (Renato Cobucci)

(Renato Cobucci)

Com um déficit na balança comercial de US$ 4,3 bilhões neste ano, alta de 22,9% sobre 2011, o setor de autopeças negocia com o governo federal medidas adicionais ao novo regime automotivo, o Inovar Auto, para desacelerar o movimento de importação. Em vigência a partir de 2013, as novas regras do setor vão impor às montadoras exigências de veículos mais modernos, com menor consumo de combustível, por exemplo.

Os critérios podem abrir brecha para a maior penetração de produtos estrangeiros, uma vez que há um déficit tecnológico na indústria nacional de autopeças, reconhecem representantes do segmento.
A proposta é estipular metas de investimentos em tecnologia que, quando alcançadas, acarretarão benefícios fiscais, da mesma forma que ocorrerá com as próprias montadoras.
 

As ações do governo visando maior eficiência tecnológica dos veículos vão gerar uma nova demanda aos fabricantes de autopeças. Produtos que hoje não são ofertados internamente terão que ser desenvolvidos. No entanto, as peças importadas podem ganhar o mercado nacional com uma velocidade muito rápida, antes mesmo que sejam desenvolvidas por empresas instaladas no país.
O presidente da Câmara Automotiva Mineira, vinculada à Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Fábio Sacioto, afirma que o governo tem sido receptivo aos pleitos do setor no sentido de ajustar o Inovar Auto.


Uma das demandas, explica Sacioto, diz respeito ao sistema de freios. “Há a possibilidade de comprar as peças lá fora e fazer só a montagem aqui e isso será considerado nacionalização. Trabalhamos para alterar essa regra”, diz.


Outro gargalo apontado é a falta de fiscalização sobre os percentuais de peças nacionais.
 
Quem também pressiona o governo para contemplar os pleitos das autopeças no regime automotivo é a Confederação Nacional da Indústria (CNI). O presidente da entidade, Robson Andrade, alerta para a necessidade de as medidas contemplarem a cadeia automotiva como um todo.
 

“O programa para atrair investimentos no setor automotivo tem de ser repassado para atrair a indústria de autopeças”, afirma.


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